Invasão da privacidade, principalmente através da internet, é problema sério em Angola

CYBER-COMM100/CHINA

Jurista diz que retração das vítimas em apresentar queixa deve-se à “denegação de respostas convincentes, por parte das intituições públicas"

O mais recente relatório do Instituto Nacional de Estatística (INE) com o título “Cibersegurança e Serviços digitais, Primeiro Trimestre de 2021” conclui que mais de 164 mil cidadãos foram vítimas de violação ou invasão de privacidade de dados.

Your browser doesn’t support HTML5

Ciber crime em Angola - 2:37

O INE diz, entretanto, que cerca de 79% cerca de 130 mil cidadãos, vítimas do fenómeno, não apresentou qualquer queixa às autoridades e que apenas 22% o fizeram.

O advogado Salvador Freire diz que a retração das vítimas em apresentar queixa deve-se ao que chamou de “denegação de respostas convincentes, por parte das intituições públicas, em relação ao que os cidadãos reclamam”.
Aquele jurista aponta também algum desconhecimento da lei sobre a protecção de dados por parte dos cidadãos.

Para o psicólogo criminal Chano Moreira, a vulnerabilidade das redes sociais e das páginas da Internet são a porta de entrada para os crimes de cibersegurança.

Aquele especialista defende que o país devia investir na segurança dos dados das pessoas através da criação de universidades que se ocupem unicamente das Tecnologias de Informação e Comunicação (Tics).

“Quando a perícia não dá respostas não dá vontade de as pessoas denunciarem os crimes e preferem sofrer caladas”, explica Chano Moraira.

De acordo com o INE, a província de Luanda lidera com cerca de 61% a lista de caso, na divisão percentual da população do país entre cidadãos de 15 anos de idade e mais que já ouviu sobre cibersegurança e crimes cibernéticos e que nos últimos 12 meses sofreu alguma violação ou invasão de privacidade de dados.

O relatório do INE com 48 paginas, consultado pela VOA, revela que no período em referência um pouco mais de 18% da população jovem forneceu algum tipo de pessoal pela internet como nome , data de nascimento número de Bilhete de Identidade.

O inquérito do INE revela que em relação ao sexo a proporção maior é maior entre os homens e em relaçao à área de residência é maior na área rural.

Quanto a grupos etários o inquérito constatou que a população entre os 15 e 24 anos teve maior registo de fornecimento de algum tipo de informação pessoal pela Internet.

Nos últimos meses do mesmo período o documento destaca que entre a população que sofreu alguma violação ou invasão de privacidade de dados, o grupo etário mais afectado foi de 25 a 34 anos com cerca de 6%, e o menos afectado dos 65 anos ou mais com cerca de 2%.