Human Rights Watch pede reformas na polícia militar do Brasil

Polícia militar brasileira no Espírito Santo

As autoridades brasileiras devem reformar leis que têm sido usadas para impor punições desproporcionais a policiais militares que se manifestam publicamente para defender mudanças no modelo policial ou fazer reclamações, disse nesta Quinta-feira, 9 de Março, a Human Rights Watch.

“Um país com quase 60.000 homicídios por ano precisa urgentemente considerar novas abordagens à segurança pública”, afirmou Maria Laura Canineu, directora do escritório da Human Rights Watch no Brasil.

Para Maria Canineu, “aqueles que enfrentam diariamente o crime nas ruas podem oferecer perspectivas valiosas sobre as políticas de segurança e reforma policial, e devem ter o direito de expressar suas opiniões sem o receio de serem punidos arbitrariamente”.

No relatório publicado neste 9 de Março, lê-se que os 436.000 policiais militares do Brasil exercem o policiamento ostensivo nas ruas, uma actividade de carácter essencialmente civil, mas estão sujeitos à jurisdição militar por serem tecnicamente considerados forças auxiliares do exército. O código penal militar brasileiro e diversos códigos disciplinares estaduais impõem amplas limitações à liberdade de expressão dos policiais.