Governo e Renamo devem dialogar com a Junta Militar da Renamo, sugere Raúl Domingos

Mariano Nhongo

"Eu até me ofereci para procurar Mariano Nhongo a fim de convencê-lo a aderir ao processo de Desmilitarização, Desmobilização e Reintegração", disse Domingos

O politico Raúl Domingos, antigo quadro sénior do partido Renamo, diz que o que o Governo e a Renamo devem procurar chegar à fala com o novo chefe da Junta Militar, realçando que "quando se mata um homem, não se matam as ideias".

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Governo e Renamo devem dialogar com a Junta Militar da Renamo, sugere Raúl Domingos

O comentário de Domingos surge na sequência do ressurgimento da Junta Militar da Renamo, anunciado pelas autoridades militares, na semana passada.

A referida Junta, cujo fundador, Mariano Nhongo, foi morto pelas Forças de Defesa e Segurança, no ano passado, exige o afastamento de Ossufo Momade na liderança da Renamo e a reformulação do acordo de paz de 2019.

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"Eu acho que ao invés de apostarem na caça ao homem, deviam ter apostado na resolução do conflito; eu até me ofereci para procurar Mariano Nhongo a fim de convencê-lo a aderir ao processo de Desmilitarização, Desmobilização e Reintegração (DDR), como forma de resolver o problema por vias pacíficas, mas optou-se por matá-lo", afirmou Domingos

Para Domingos, que é também presidente do Partido para a Paz, Democracia e Desenvolvimento -PDD, "a Junta Militar da Renamo ainda constitui uma séria ameaça ao processo de paz em Moçambique".

Contudo, Egna Sidumo, analista de questões de segurança, disse que Junta Militar da Renamo já não constitui ameaça ao processo de paz em Moçambique, embora admita que possam ocorrer novos ataques na zona centro do país.

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Sidumo explicou que os ataques podem ocorrer, porque "não se sabe como é foi todo este processo dentro da própria Junta Militar, assim como não se sabe muito bem o que aconteceu dentro da Renamo para que surgisse o grupo de Mariano Nhongo".

"Tratando-se de um grupo criado dentro de diferenças próprias de funcionamento das lideranças, provavelmente, podem emergir novos ataques, porque, por exemplo, para a Junta Militar, o processo DDR não surtiu o efeito desejado," disse Sidumo.

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