Governo de Luanda proibe marcha de mães de activistas detidos

Activistas detidos

Protesto a pedir libertação dos activistas estava previsto para amanhã, 8.

O Governo Provincial de Luanda notificou nesta quinta-feira, 6, as mães e os familiares dos 15 activistas detidos a 20 de Junho da proibição da marcha que pretendem realizar amanhã, 8 de Agosto, em Luanda, para exigir a libertação dos seus filhos.

Na carta, datada de 4 de Agosto, o governador Graciano Domingos informou os familiares de que “A Procuradoria-Geral da República está sedeada no Palácio de Justiça, edifício que alberga os tribunais Constitucional e Supremo (órgãos de soberania nacional), ficando a escassos metros da Assembleia Nacional, outro órgão de soberania nacional, e do Ministério da Defesa”.

Segundo Domingos, de conformidade com a lei acima "por razões de segurança as autoridades competentes poderão impedir a realização de reuniões ou manifestações em lugares públicos situados a menos de 100 metros das sedes dos órgãos de soberania, dos acampamentos e instalações de forças militares e militarizadas, dos estabelecimentos prisionais e das sedes dos partidos políticos”.

Segundo o governador, "a marcha não poderá ter lugar com o itinerário proposto por contrariar o que está legalmente estabelecido sobre o direito de reunião e de manifestação".

As mães e familiares dos activistas anunciaram na carta enviado ao Governo provincial que realizariam a marcha tendo como ponto de partida o Largo da Independência e ponto de chegada o Palácio de Justiça, onde entregariam uma petição dirigida ao Procurador-Geral da República.

Os promotores da marcha querem protestar contra a detenção dos 15 activistas do autodenominado Movimento Revolucionário, presos a 20 de Junho por, segundo o Ministério Público, estarem a organizar um golpe de Estado por via da desobediência civil.