Governo de Cabo Verde pede ajuda internacional para enfrentar consequências da erupção vulcânica no Fogo

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Vulcão do Fogo

As explosões aumentaram de intensidade esta manhã e as lavas chegam a seis metros de altura.

O Governo de Cabo Verde criou um gabinete de crise para dar respostas à erupção do Vulcão do Pico, na ilha do Fogo, e decidiu pedir ajuda da comunidade internacional. As medidas foram tomadas ontem à noite num Conselho de Ministros extraordinário convocada para o efeito.

O gabinete é integrado pelos directores-gerais de quase todos os departamentos do Estado, da Policia Nacional e da Agência Nacional de Aviação Civil e vai apoiar as pessoas, garantir a alimentação, o abastecimento de água e energia, as condições de saneamento e assistência médica e medicamentosa.

O primeiro-ministro José Maria Neves disse admitrir também tomar medidas extraordinárias para converter os recursos necessários para fazer face à esta calamidade, recorrendo ao Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional, Banco Africano de Desenvolvimento, Banco Árabe de Desenvolvimento e fundos relacionados com catástrofes e mudanças climáticas

Neves explicou que todas as medidas de apoio, de socorro e de protecção civil já foram tomadas, destacando os trabalhos realizados por todos os corpos de intervenção, da Policia Nacional e das forças Armadas. Porém o chefe do Governo alerta que ainda é necessário “reforçar” algumas vertentes de actuação, desde logo nos meios de comunicação.

Por seu lado, o presidente do MpD, principal partido da oposição, defende que se deve mobilizar a comunidade internacional no sentido de se dar a devida cobertura à situação de emergência provocada pela erupção do vulcão do Fogo. Ulisses Correia e Silva diz ainda que se deve garantir a evacuação em segurança das pessoas que estão a sentir o efeito da erupção do vulcão.

A situação perto do Vulcão do Pico piorou nas últimas horas com o avanço das lavas em direcção à sede do Parque Natural do Fogo, inaugurado no passado mês de Março e orçado em um milhão de euros.

As lavas correm em direcção a uma zona conhecida por Txon Dagu, que fica na estrada vicinal que vai de Portela a Boca Fonti, duas regiões povoadas e com muitas propriedades agrícolas.

As informações apontam que as lavas correm em sentido contrário à escola pública que fica na localidade de Portela onde está a Adega de Vinhos – que tem cerca de 100 mil litros em depósito - e um grande número de casas.

As lavas atingiram nesta manhã seis metros de altura.