Empresários lamentam apoio à eleição de republicanos para o Congresso

Edifício do Congresso dos EUA

Dois anos depois, vira-se o feitiço contra o feiticeiro e o investimento não se está a revelar produtivo

Grandes conglomerados representando os interesses das grandes empresas americanas, como é o caso da Câmara de Comércio, gastaram milhões de dólares, em 2010, para ajudar a eleger candidatos republicanos para a Câmara dos Representantes.

Dois anos depois, escreve o jornal The New York Times, vira-se o feitiço contra o feiticeiro e aquele investimento não se está a revelar produtivo, porque os congressistas eleitos estão a travar a aprovação de leis que iriam favorecer empresas e criar postos de trabalho.

Os republicanos mais conservadores, eleitos com o apoio de grandes interesses económicos privados, estão agora a bloquear legislação, ameaçando como a sua posição prioritariamente ideológica comprometer a actividade do sector privado.

Como exemplo, o Times cita na sua edição de quinta-feira a lei dos transportes que está devidamente financiada para poderem ser atribuídos contratos para a execução de pontes e de estradas, mas os republicanos limitam-se a prorrogar a legislação por 90 e, às vezes, por 60 dias. Isso impede o sector da construção de recuperar da crise.

Paralelamente, os conservadores na Câmara dos Representantes – na sua maioria ligados ao chamado Tea Party, uma ala radical dos republicanos – estão a tirar ao Banco Americano de Exportação e Importação a sua capacidade de financiar as exportações, o que vinha fazendo desde a Grande Depressão, em 1934. Aquele banco corre agora o risco de fechar as suas portas em fins de Maio, quando terminar a autorização que possibilita o seu funcionamento como principal apoio ao financiamento das exportações americanas.

Esta postura da ala mais conservadora dos republicanos começa a preocupar não só os investidores privados que financiaram, na ordem dos milhões de dólares a sua eleição, mas constitui também um espinho cravado na liderança do próprio Partido Republicano que, tradicionalmente, faz questão em apoiar a iniciativa privada.