Estados Unidos anunciam ajuda de 152 milhões de dólares aos países do Sahel

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Tropas especiais americanas em demonstrações no Nígel (Foto de Arquivo)

O Governo dos Estados Unidos anunciaram nova ajuda no valor de 152 milhões de dólares aos países da região do Sahel, que enfrenta violência extremista, seca e instabilidade política.

O anúncio foi feito pelo enviado especial dos Estados Unidos ao Sahel, Peter Pham, no final de uma visita que terminou na quinta-feira, 24, à Mauritânia e o Níger.

"Mais de2,5 milhões de pessoas na região do Sahel estão deslocadas, 3,3 milhões precisam de assistência humanitária e serviços de proteção e os Estados Unidos têm orgulho de ser o maior doador de assistência humanitária à região", disse Pham durante um teleconferência, organizada pelo Programa Wilson Center Africa.

O financiamento é assegurado por fundos do escritório de População, Refugiados e Migração do Departamento de Estado e do Escritório de Assistência Humanitária da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e destina-se a ajudar as populações mais vulneráveis em Burkina Faso, Mali, Mauritânia e Níger.

Pham esclareceu, no entanto, a assistência ao Mali não irá para os militares que a 18 de agosto tomaram o poder através de um golpe, mas não informou que entidade irá receber os fundos.

Por seu lado, o secretário de Estado Mike Pompeo indicou que a ajuda destina-se a suprir “deficiências significativas no atendimento às necessidades humanitárias e programas destinados a enfrentar as consequências das inundações na região, foram agravadas ainda mais durante a pandemia da Covid-19".

O chefe de diplomacia americana acrescentou que os programas financiados vão proporcionar “empregos, casas, cuidados de saúde, ajuda alimentar, água potável e serviços de higiene às pessoas em risco”.

O Sahel tem sido abalado por uma série de crises.

Mais de quatro mil pessoas morreram em ataques terroristas na região em 2019, fazendo dela a maior vítima da violência extremista.

O golpe militar no Mali este ano ameaçou desestabilizar ainda mais o país assolado pela violência desde o anterior golpe militar em 2012 e o Níger foi atingido por enchentes históricas que deixaram 330 mil pessoas desabrigadas.

A Administração americana diz estar preocupado também com a instabilidade política.

“Um governo democrático e inclusivo pode ser o baluarte contra a disseminação da violência”, afirmou o enviado especial, reiterando que Washington “pressiona por eleições livres e justas este ano na Costa do Marfim, Guiné-Conacri, Burkina Faso e Gana, e no próximo ano no Benin".