UNITA: Russos e chineses roubaram-nos votos

  • António Capalandanda

Secretário-geral da UNITA, Victorino Nhany, num comício em Menongue (VOA / A. Capalandanda)

"“Independentemente dos chineses, outros que se envolveram na fraude são os russos. O MPLA que desminta" - desafia secretário-geral da UNITA, Victorino Nhany, no Menongue
Vitorino Nhany, secretário-geral da UNITA disse no Kuando Kubango que a fraude das eleições de 31 de Agosto foi feita pela Casa Militar do Presidente da República em estreita colaboração com Moscovo.

O político que falava durante um comício que marcou o encerramento do seminário de capacitação política dos militantes do seu partido nesta província desafiou o MPLA a desmentir as acusações.

“Independentemente dos chineses, outros que se envolveram na fraude são os Russos. O MPLA que desminta. A UNITA tem dados e provas que essas fraudes foram feitas pelos chineses e russos tendo a sua testa o senhor Eduardo dos Santos.”

Um relatório do maior partido na oposição indica que, a participação da Rússia no processo eleitoral angolano foi discutida em Luanda, nos dias 13 e 14 de Março de 2012, entre o antigo ministro angolano dos Assuntos Parlamentares, Norberto dos Santos “Kwata Kanawa” e o primeiro vice-presidente do Comité de Defesa e Segurança da Assembleia Federal da Rússia, Evgueni Serebrennikova.

Na altura, lê-se no documento a que Voz da América teve acesso, a Rússia manifestou a sua disposição em apoiar Angola na preparação das eleições gerais de 2012, com envio de peritos para o efeito, mas não revelaram, contudo, nem a natureza e nem o custo do dito apoio.

O maior partido na oposição diz ter conhecimento que, aparelhos sofisticados de intercessão de comunicações, capazes de manipular e captar e transmitir dados, de marca MYOTHAN, começaram a entrar no país, no dia 5 de Maio e foram distribuídos pelas diversas províncias no quadro da preparação do processo eleitoral.

Estes aparelhos não foram solicitados, nem adquiridos e controlados pela CNE.