Diocese de Benguela assiste 800 carentes e vê esgotar reserva com milhares em necessidade

Frutas, Benguela (Foto de Arquivo)

A Igreja Católica assiste 800 pessoas num bairro da cidade de Benguela, capital da província angolana com o mesmo nome, apontadas como um indicador do aumento de famílias sem alimentos e outros bens de primeira necessidade em plena fase de confinamento social.

A ninguém passa despercebida a avalanche de crianças e velhos de mãos estendidas nas ruas, com apelos dirigidos ao Governo Provincial de Benguela, que tem no programa de intervenção municipal (PIIM), apresentado na quarta-feira, 6, a fórmula para aumentar a produção.

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São às dezenas as crianças e velhos à procura de esmolas.

‘’Vim do bairro da Cambanda para pedir pão aqui, tenho fome’’, indica uma criança.

‘’Não dá para ficar em casa, falta óleo, peixe, fuba. O Governo não nos dá nada, é muito sofrimento’’, lamentam duas senhoras em idade avançada.

Nada que surpreenda a Cáritas, instituição que viu esgotar a sua reserva de bens diversos após ter assistido 800 pessoas na periferia de Benguela, município com cerca de 600 mil habitantes.

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À VOA, o padre Gabriel Marcos, diretor do «braço filantrópico» da Diocese de Benguela, adianta que o aumento de famílias vulneráveis leva a Igreja Católica a pedir às empresas.

‘’Para depois entregarmos àqueles que são os irmãos mais carentes. Por causa mesmo de muitas necessidades e de muita procura, não ajudamos a todos de uma vez. Claro que o número é muito maior, olhando para os dados das nossas paróquias’’, assinala o padre.

O Governo, apoiado por empresários locais, tem estado a fazer doações, mas ciente de que são necessárias ações com sustentabilidade, como são as que fazem parte do seu PIIM, avaliado em 11 mil e 446 milhões de kwanzas.

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