COVID-19: Casos da doença na fronteira entre RDC e Angola colocam autoridades e população em alerta

Refugiados da RDC em Lunda Norte

O surgimento de casos positivos confirmados da Covid-19, na província congolesa do Kwango, próxima da região diamantífera angolana da Lunda-Norte, coloca em alerta o Governo da província e provoca preocupação no seio das comunidades locais .

A República Democrática do Congo (RDC) já soma mais de três mil casos da doença, dois dos quais na província do Kwango, que faz fronteira com os municípios angolanos do Cuilo, Caungula e Cuango.

O fato está a levar a população a temer o pior, já que “a região não tem água nem energia eléctrica da rede pública, nem materiais de biossegurança da acordo com o ancião”, Júlio Noé.

O ativista Jordão Muacambinza diz, por seu lado, que o permanente fluxo migratório na região, motivado tanto pelo garimpo de diamantes como por laços familiares entre a população que reside ao longo das duas fronteiras, leva os residentes a recearem que a doença possa se alastrar com facilidade para dentro de Angola.

Muacambiza apela ao governador provincial para impor cerca sanitária à região, melhorar as condições sanitárias dos hospitais e enviar medicamentos e meios de biossegurança para as comunidades pobres.

Resposta do Governo

“Se o Governo não tomar medidas vamos morrer como moscas ”, alerta.

O governador Ernesto Muangala assegura, entretanto, que as autoridades sanitárias já começaram a enviar para a região material de biossegurança e equipas de vigilância epidemiológica para rastreio em massa nas comunidades.

Muangala acrescenta que houve um aumento do número de efetivos das Forças Armadas Angolanas e da Polícia Nacional para reforçar a vigilância na fronteira com a província do Kwango (RDC).

O governante apela às populações residentes nas circunscrições administrativas em causa a permanecerem em casa e a redobrarem as medidas de prevenção, bem como a denunciarem possíveis casos de tentativa de violação da fronteira.

Angola completou, na quarta-feira, 3, três dias sem o registo de novas infecções da Covid-19, mantendo-se os 86 casos positivos, quatro dos quais resultaram em óbito, 18 recuperados e 64 doentes ativos, maioritariamente tidos como assintomáticos.