Rebeldes vão formar governo na República Centro Africana

  • Gabe Joselow

Rebeldes Seleka

Michel Djotodia vai assumir a presidência
Na República Centro Africana, os rebeldes indicam tencionar constituir um governo de partilha de poder, um dia após terem capturado a capital.

Dirigentes da coligação rebelde Seleka decidiram formar um governo na República Centro Africana após terem forçado a saída do presidente François Bozize da capital a cidade de Bangui.

Your browser doesn’t support HTML5

Rebeldes ocupam Bangui


Um dos líderes da Seleka, Michel Djotodia, um antigo funcionário que se tornou comandante rebelde indicou que irá assumir interinamente a presidência.

O grupo prometeu respeitar partes do acordo de paz assinado em Janeiro, incluindo a manutenção do primeiro-ministro e a realização de eleições dentro de dois ou três anos.

Thierry Vircoulon, director do Centro de Crise Internacional da África Central, refere que o denominado acordo de Libreville pode vir a ser essencial para estabilizar o país.

Vircoulon considera que nesta altura o acordo de Libreville é a única base política para formar um novo governo. Por isso constitui o respeito pelo enquadramento do acordo, o que constitui um ponto positivo.

Seleka, uma coligação de cinco grupos rebeldes, iniciou a ofensiva em Dezembro, mas não entrou na capital. Retomaram as hostilidades a semana passada após acusarem o presidente Bozize de não respeitar o acordo assinado em Janeiro ao não reintegrar os rebeldes no sector militar.

Bozize encontra-se refugiado nos Camarões.

Vircoulon sustenta que agora que os rebeldes se encontram numa posição de força, a questão que coloca é de se saber se vão ser capazes de se manterem unidos, em especial as alas militar e política do grupo.

“Parece que o poder de decisão se encontra nas mãos dos militares, por isso muito vai depender do que desejem, o do que possam negociar”.

Treze soldados sul-africanos estacionados na República Centro Africana foram mortos durante combate com rebeldes Seleka. O anúncio foi feito, esta segunda-feira, pelo presidente sul-africano Jacob Zuma, que precisou que os soldados defendiam a sua base militar em Bangui.

Zuma acrescentou que a África do Sul tinha enviado, no início do ano, duzentos militares para a República Centro Africana ao abrigo de uma acordo militar de cooperação.

A União Africana indicou ter suspendido a Republica Centro Africana das actividades da organização, em conformidade com a política de não ter relacionamento com os autores de golpes militares e de rebeliões.

Os Estados Unidos apelaram às partes para respeitarem os direitos humanos e manifestaram preocupação com as noticias de abusos por parte das forças de segurança e os combatentes Seleka.