Camponeses na cidade de Malanje interrompem obras de construção da marginal

Malanje Angola Obras de desassoreamento de rio

Moradores do bairro Caxito forçaram nesta quinta-feira, 22, a paralisação das obras de desassoreamento do rio Malanje para a construção de uma marginal naquela cidade da província de Malanje.

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Protesto em Malanje paralisa obra de companhia chinesa - 2:29

Os cerca de 20 manifestantes exigiam da empresa chinesa África China Camc Engineering, construtora do projecto, indemnizações pela destruição de lavras e respectivas culturas

Os tractores e os camiões ficaram inoperantes durante algum tempo e só retomaram as operações depois da intervenção de agentes da Polícia Nacional, porque os residentes aguardavam por um encontro com um representante da administração Municipal de Malanje para a possível assinatura dos termos para as devidas compensações.

Um dos manifestantes, Agostinho Ginga, disse que a a acção dos camponeses teve como objectivo paralisar o tabalho da obra “para que o encarregado da obra notificasse a Administração pera se fazer presente e resolver o problema”.

Os produtos hortícolas da Alice Francisco ainda não estão prontos para a colheita e estão ameaçados de destruição.

horta da camponesa Alice francisco

“Estou aqui a meter esse pouco de verdura, trabalhei aqui nos canteiros, semeei feijão, semeei jimboa, semeei couve conforme vocês estão a ver e depois chegou a Administração Municipal disse que tem que destruir isso tudo”, lamentou.

“Agora peço a Administração Municipal se vai pagar os meus produtos, ou como é que fica?”, questionou.

O soba do bairro Caxito José Panda disse não ter o número exacto de mulheres que perderam as suas lavras e terrenos para a prática da agricultura, mas acrescentou que a Administração tinha prometido deslocar-se ao local para resolver o problema.

A administradora municipal adjunta de Malanje para Área Social, Aidne Aires, referiu que um grupo reduzido de proprietários de lavras e áreas de cultivo por onde vai passar a nova marginal já foi indemnizado.

“E foram validadas num valor mínimo de 50 mil kwanzas e o tecto máximo 100 mil”, acrescentou.

Aidne Aires, administradora adjunta de Malanje para a area social

“Neste momento foram cadastradas nesta linha de culturas 41 famílias, das quais cerca 65 por cento já foram devolvidas essas indemnizações”, garantiu. Aires, segundo a qual apenas três reclamações chegaram ao conhecimento do seu departamento.