O Presidente dos Estados Unidos Joe Biden e o ex-Presidente Donald Trump visitarão na quinta-feira, 29, separadamente, a fronteira sul dos Estados Unidos, onde irão apresentar as suas propostas do que ambos consideram ser uma grave crise migratória.
Biden desloca-se a Brownsville, uma cidade de 187 mil habitantes situada no extremo sul do Texas e um dos principais portos de entrada legal para os migrantes que procuram asilo e autorização para viver e trabalhar nos Estados Unidos.
Ele vai reunir-se com agentes federais da imigração, agentes da autoridade e líderes locais.
É provável que o Presidente apele ao Congresso que aprove um projeto bipartidário de reforma da imigração negociado no Senado, que está bloqueado pelos republicanos na Câmara dos Representantes.
Trump responsabilizará Biden
Por seu lado, Donald Trump estará em Eagle Pass, outra cidade do Texas, que tem sido invadida por imigrantes que tentam atravessar ilegalmente a fronteira.
Muitos deles também procuram asilo e acabam muitas vezes por se abrigar na cidade e nos seus arredores antes de se deslocarem para o interior do país para aguardar uma resposta aos seus pedidos.
Espera-se que Trump faça um discurso a criticar o estado da insegurança na fronteira em que responsabilizará Biden pela situação.
Admite-se também que o antigo Presidente possa também também abordar a proposta de imigração bipartidária elaborada pelo Senado, que já criticou.
Ele pediu aos legisladores republicanos que a rejeitem.
Aumento da crise migratória
Depois da pandemia da Covid-19, registou-se um aumento acentuado de migrantes à procura de entrar nos Estados Unidos.
Durante 2023, dados oficiais indicam que houve mais de 2,4 milhões de chegadas na fronteira sul do país, um número recorde.
Desse total, muitos solicitaram asilo, desencadeando um processo que exige que os funcionários da imigração avaliem os pedidos.
Devido à sobrecarga de pedidos, as autoridades demoram anos para responder aos processos, e, enquanto isso, os requerentes de asilo são libertados para aguardarem a resposta.
Sondagens de opinião pública indicam que a situação na fronteira é uma preocupação séria para muitos americanos e vai pesar na eleições presidencial de Novembro.