Senado Pode Acabar Discriminação Sexual nas Forças Armadas

  • Paulo Faria

Senador Jonh McCain

No Senado dos Estados Unidos há votos bastantes para aprovar uma lei que termine com a proibição dos homossexuais e lésbicas prestarem serviço militar sem esconderem as suas orientações sexuais

Provavelmente, nenhuma iniciativa legislativa nos Estados Unidos terá visto mais altos e baixos este ano do que os esforços para acabar com o “Don’t Ask, Don’t Tell”(Não Pergunte, Não Diga), uma lei que já levou à expulsão de 14 mil homossexuais e lésbicas das Forças Armadas Americanas desde que entrou em vigor em 1993.

Em Janeiro, o presidente Barack Obama anunciou que ia pressionar pela anulação da lei. Pouco depois, o secretário da Defesa Robert Gates e o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, almirante Mike Mullen, disseram que eles também pensavam que devia terminar a proibição dos homossexuais e lésbicas prestarem serviço militar sem quaisquer condicionalismos.

O Pentágono ordenou um estudo exaustivo para medir as atitudes militares face a uma mudança na política e como implementar essa mudança sem prejudicar a moral ou a eficiência de combate em tempo de guerra.

Entretanto, uma cláusula para revogar o “Não Pergunte, Não Diga” foi apensa à lei anual dos gastos com a Defesa dos Estados Unidos. A lei foi aprovada na Câmara dos Representantes, mas encalhou no Senado, onde os Republicanos usaram uma manobra parlamentar para bloquear o debate sobre a legislação.

Com o tempo a esgotar-se para uma acção este ano e os Republicanos aumentando o seu numero no Senado no inicio do próximo ano, os proponentes da revogação da lei estão abertamente irritados de que a melhor oportunidade para acabar com o “Don’t Ask, Don’t Tell” poderá ter-se escapado.

Mas não, de acordo com o senador democrata independente Joe Liberman, do Connecticut, numa conferência de imprensa na semana passada:

“Estou confiante de que temos mais de 60 votos necessários para aprovar a lei de autorização de Defesa juntamente com a anulação do “Don’t Ask, Don’t Tell”. E vamos continuar a lutar no espírito das Forças Armadas Americanas, até conseguirmos terminar a tarefa.”

Mas nem todos estão convencidos de que a lei deve ser revogada. O senador republicano John McCain, do Arizona, disse que o estudo do Pentágono é imperfeito porque o0 seu principal propósito foi examinar como melhor implementar a anulação do “Don’t Ask’ Don’t Tell” – e não se a lei devia ou não ser abolida:

“Eu quero um profundo e completo estudo do efeito sobre a moral e a prontidão de combate das forças armadas americanas. Eu ouvirei, e como tenho dito desde há anos, os nossos líderes militares e não um estudo que foi passado à imprensa.”

Quase todos os países aliados da NATO autorizam os homossexuais e lésbicas a prestarem livremente o serviço militar. Recentes sondagens de opinião pública mostram uma clara maioria de americanos a favor do fim do “Don’T Ask, Don’t Tell” (Não pergunte, Não Diga).