EUA contra declaração de independência palestiniana na ONU

  • Eduardo Ferro

EUA contra declaração de independência palestiniana na ONU

Obama: “Em última análise, são os israelitas e os palestinianos que têm que chegar a acordo acerca das questões que os dividem”.

Manifestando compreensão pela frustração dos palestinianos, o presidente americano Barack Obama reiterou no entanto o empenhamento dos Estados Unidos na amizade com Israel e salientou que “declarações e resoluções da ONU não trarão a paz” e que “só negociações directas o poderão fazer”.

A questão palestiniana dominou portanto como era de esperar o discurso proferido esta manhã em Nova Iorque pelo presidente americano perante a Assembleia Geral das Nações Unidas.

Referindo-se ao impasse em que caiu a questão israelo-palestiniana, Obama afirmou que: “em última análise, são os israelitas e os palestinianos que têm que chegar a acordo acerca das questões que os dividem”.

Obama reiterava assim a oposição da sua administração à decisão do líder palestiniano Mahmoud Abbas de apresentar oficialmente na sexta-feira a candidatura palestiniana a um lugar de pleno direito nas Nações Unidas.

Os Estados Unidos já fizeram saber que vão exercer o seu direito de veto se os palestinianos insistirem numa votação no Conselho de Segurança para a sua admissão formal.

Os palestinianos poderão entretanto evitar a votação no Conselho de Segurança e tentar melhorar o seu actual estatuto de observador na Assembleia Geral da ONU. Desse modo poderiam levar Israel ao Tribunal Penal Internacional por causa de questões tais como a dos colonatos judeus na margem ocidental do Rio Jordão.

No seu discurso Obama salientou que o empenhamento americano na segurança de Israel era inabalável para concluir que uma solução para uma paz duradoura deve ter em linha de conta as “ameaças constantes com que Israel se defronta diariamente”.

“Só poderemos ter sucesso se conseguirmos convencer as duas partes a dialogarem e a compreenderem-se mutuamente”, disse ainda Obama.

Para além das relações israelo-palestinianas o presidente americano considerou o ano que passou como sendo “notável”. “O regime de Kadafi acabou, sublinhou ele, Gabgbo, Ben Ali e Mubarak já não estão no poder e Osama Bin Laden desapareceu”.

O presidente americano referiu-se ainda com especial destaque à repressão dos manifestantes pro-democracia na Síria afirmando: “Chegou a altura do Conselho de Segurança sancionar o regime sírio e colocar-se do lado do povo sírio”.

Fez ainda alusões à repressão no Irão, no Iémen e no Bahrein.

Por último, Barack Obama, relembrou ainda a Assembleia Geral da ONU que o Mundo está ainda a recuperar da crise financeira mais aguda das últimas 8 décadas acrescentando que a mesma deixou bem claro que nesta era de economia global o destino de todos os países está intimamente ligado. Nessa perspectiva Obama apelou a uma acção coordenada e urgente para ultrapassar de vez os efeitos da crise.