"Mulheres Sábias" querem orgulho na história

Mulheres Sábias. Helga Mandele (esquerda) e Flora Telo

Projecto visa descobrir a verdadeira história de África

Descobrir a verdadeira história de África e fazer com que os africanos se sintam orgulhosos na sua identidade são algumas das razões de um projecto recentemente iniciado em Luanda.

“ Afidika: Nzo Yeto, Bukisi Beto” (África: nossa casa, nosso Lar), é o tema do projecto filmográfico que teve abertura no passado 14 de Junho.

O projecto é organizado pela Bankento'a Ngangu, mulheres sábias na língua nacional kikongo, constituído por duas juristas e uma promotora cultural.

O programa estriou-se com a exibição da curta-metragem "África - Uma História Rejeitada", do realizador Jason Williams gravado em 1995. A película narra a forma como “a história do Continente Africano foi manipulada, em benefícios de outros povos”.

"Afidika: Nzo Yeto, Bukisi Beto" (África: nossa casa, nosso Lar), visa analisar os aspectos tradicionais, identitários e históricos do continente berço das humanidade.

De acordo com uma das responsáveis projecto, Helga Mandele, haverá nessa fase inicial do projecto exibições trimestrais, todas as quintas-feiras de cada mês.

O acto de inauguração teve como convidado especial o historiador angolano Patrício Batsikama.

Segundo a agenda do programa, para o mês de Julho, está reservado ao multi-instrumentista nigeriano, pioneiro da música afrobeat e activista político Fela Kuti, numa abordagem a ser feita pelo activista socio-cultural africano Analtino dos Santos.

Em Agosto, será exibido um documentário sobre racismo, realizado pela BBC, cuja apresentação será feita, provavelmente, pelo sociólogo angolano João Paulo Ganga.

Segundo a responsável do projecto "Afidika: Nzo Yeto, Bukisi Beto" , Helga Mandele , a criação deste projecto surge também pelo facto de existir um certo pudor de alguns africanos identificarem-se tal como são.

Embora existam problemas políticos ou económicos em África, o projecto pretende também mostrar o outro lado social, antropológico e humano dos africanos, tendo em conta ser de uma essência verdadeira, garante Helga Mandele.

Os aspectos referidos são baseados na realidade angolana, sobretudo dos citadinos de Luanda.