Moçambique:Trinta E Cinco Anos Depois Da Independência

Moçambique:Trinta E Cinco Anos Depois Da Independência

Nas celebrações da independencia alegria e preocupações.

Luís Magaço, 44 anos de idade, é economista, ocupando cargos de gestão em diversas empresas de topo. Para ele, 35 anos de independência significa sucesso, crescimento, progresso, mas também esperança.

A guerra civil, entre as tropas do governo da Frelimo e os rebeldes da Renamo, que durou dezasseis anos, destruiu e fez atrasar Moçambique.

O PRE, Programa de Restruturação Económica, introduzido em 1987, com apoio das instituições de Bretton Woods, ajudou a salvar o país.

Magaço considera que hoje, fruto da abertura a uma economia de mercado, Moçambique já vive melhor.

Há 18 anos que o Produto Interno Bruto cresce a uma média que varia entre os seis e os oito por cento, estando os níveis de pobreza a baixar consideravelmente.

Pelo mesmo diapasão, alinha Ornila, um dos sete filhos vivos de Samora Moisés Machel. Hoje, Ornila tem 47 anos. Quando tinha 12, assistiu, no Estádio da Machava, em Maputo, o momento em que o seu pai, Samora, o primeiro Presidente de Moçambique, proclamava a independência nacional. Momentos que nunca irá esquecer.

Ana Vicente Mathe é uma mulher privilegiada. Nasceu precisamente no dia em que o país se tornou independente de Portugal: 25 de Junho de 1975. E à hora em que a proclamação foi feita: meia-noite.

Faz, portanto, nesta sexta-feira, 35 anos de idade. E, coincidência; também o seu marido faz anos, a 25 de Junho.

Quando chega esta data, deveria, pois, em princípio, haver motivos, sempre, para celebrar. Só que ela não está feliz.

É doméstica. Não tem emprego. O seu parceiro também não trabalha. Ana Mathe faz pequenos negócios para sobreviver, mas diz que está difícil.

E a falta de emprego é um dos males de que a sociedade moçambicana se enferma. Desemprego, HIV-SIDA, corrupção.

Ouvimos as vozes de Ornila Machel, um dos sete filhos do falecido Presidente moçambicano Samora Machel, o economista Luís Magaço Júnior, um gestor empresarial sénior, e Sónia Mboa, funcionária de uma empresa privada baseada em Maputo, falando das preocupações e dos desafios que Moçambique tem pela frente, trinta e cinco anos depois da proclamação da independência nacional.