Grã-Bretanha e França apresentam resolução na ONU contra a Síria

  • Paulo Faria

Grã-Bretanha e França apresentam resolução na ONU contra a Síria

A França e a Grã-Bretanha introduziram uma resolução no Conselho de Segurança da ONU condenando a repressão violenta do governo sírio contra manifestantes.

Um grupo de 122 sírios atravessou a fronteira para a Turquia, enquanto civis estão a abandonar a localidade fronteiriça de Karbeyaz após uma ameaça do governo de Damasco de responder “decididamente” à recente violência. O governo sírio acusou “bandos armados” de “massacrarem” 120 elementos das suas forças de segurança. Residentes e activistas disputam a versão oficial, tendo dito que a luta irrompeu entre elementos das forças de segurança, quando soldados começaram a trocar de lado e juntaram-se aos manifestantes depois de vários dias de repressões sangrentas. Outras informações dizem que civis sírios pegaram em armas e para se defenderem. Nenhuma das versões pôde ser verificada por fontes independentes porque os jornalistas estrangeiros não estão autorizados a desenvolverem actividades na Síria. Entretanto, a França e a Grã-Bretanha introduziram uma resolução no Conselho de Segurança da ONU condenando a repressão violenta do governo sírio contra manifestantes.

Falando na Câmara dos Comuns, o primeiro-ministro britânico David Cameron informou que Londres e Paris apresentaram uma resolução ao Conselho de Segurança condenando a repressão da Síria contra manifestantes anti-governamentais e exigindo acesso humanitário no país:

“Existem informações credíveis de um milhar de mortos e mais de 10 mil pessoas detidas e a violência contra manifestantes pacíficos é completamente inaceitável. Por isso, não devemos ficar silenciosos face a esses ultrajes e não ficaremos.”

A França fez eco dessa retórica forte. O ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Alain Juppé, disse que o presidente sírio Bashar al-Assad perdeu toda a legitimidade para governar o seu país.

A Síria enfrenta também pressões internacionais pelas suas alegadas actividades nucleares, com os Estados Unidos e outros membros da Agencia Internacional de Energia Atómica a pressionarem para levar Damasco perante o Conselho de Segurança da ONU por não cumprimento.

Entretanto, em Paris, a embaixadora da Síria na Franca, Lamiá Shakkour, negou noticias veiculadas pela estacão de televisão France 24 de que se tinha demitido das suas funções em protesto pela violência na Síria.