Paises do BRICS criam banco de desenvolvimento

  • Kurt Achin

Presidentes do BRICS saudando o público durante a cimeira de hoje em Nova Deli na Índia

Reunidos em cimeira em Nova Deli os presidentes esperam com o novo banco os países do Sul se vêem livres da crise financeira internacional

Líderes das 5 maiores economias dos países em desenvolvimento, conhecidos como BRICS, anunciaram a criação de um banco de apoio ao desenvolvimento.

Os presidentes do BRICS reuniram-se hoje em cimeira em Nova Deli na Índia.

Os Chefe de Estados do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – os cinco países membros do BRICS – apelaram para uma maior representação ao nível das agências financeiras internacionais.

O primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh - o anfitrião da cimeira - disse que os cinco países membros estão em vias de dar um importante passo na promoção de investimentos mútuos.

“Nós concordamos em examinar com pormenor a proposta para o estabelecimento de um Banco de desenvolvimento Sul-Sul do BRICS, a ser criado e dirigido pelos países membros e outros países em desenvolvimento.”

O chamado “Banco BRICS” poderá ajudar a proteger os países em desenvolvimento das crises financeiras surgidas nos países ricos. O presidente da África do Sul, Jacob Zuma disse que os líderes presentes saudaram a proposta de criação do banco.

“Ele irá apoiar os nossos projectos prioritários de infra-estruturas assim como oportunidades de investimentos com os nossos parceiros do BRICS. Um banco desta natureza tem um grande potencial em ajudar-nos a criar bons empregos nos países em desenvolvimento.”

Os países do BRICS contam cerca da metade do total da população mundial e representam mais de um quarto do volume de negócios no mundo. Os bancos de exportação e importação das cinco nações assinaram hoje um acordo em separado prevendo facilitar o comércio mútuo com base nas moedas locais.

O presidente russo Dmitry Medvedev disse que nos próximos anos os países do BRICS vão desempenhar um papel chave na reforma da governação global. Medevedev sublinhou que o actual sistema financeiro mundial é arcaico e precisa de reformas e o mesmo sistema não leva em consideração a importância dos países do BRICS.

Os líderes do BRICS referiram-se à situação na Síria e afirmaram que a crise reinante deve ser resolvida através de um amplo diálogo e no respeito da soberania e independência síria.

Quanto ao Irão o grupo reconheceu o direito de Teerão ao uso pacífico da energia nuclear, e alertou para consequências desastrosas em caso de irrupção de violência em torno disputas de um alegado programa nuclear militar.

A cimeira de um dia, do BRICS que decorreu hoje na capital indiana realizou-se sob um forte dispositivo de segurança, em resultado da imolação no início da semana de um manifestante tibetano no exílio. A vítima não resistiu a gravidade da queimadura e morreu ontem Quarta-feira. A polícia indiana deteve dezenas de manifestantes tibetanos, assim como limitou a circulação nas zonas circundantes ao palco da cimeira. Contudo um grupo de tibetanos cujos membros mais acabaram por ser presos pela polícia conseguiu escapar o controlo policial e hasteou uma bandeira do Tibeti próximo do hotel onde se hospedou o presidente chinês Hu Jintao.