As organizações moçambicanas "Liga dos Direitos Humanos" e "Justiça Ambiental" saudaram a classificação da multinacional brasileira Vale como "Pior Multinacional" do Mundo.
A avaliação foi feita à margem do Fórum Económico de Davos na Suíça e a empresa foi acusada de protagonizar "violações dos direitos humanos e sociais" no país. Para já tanto o governo moçambicano como a Vale remeteram-se a um silêncio completo.
A empresa brasileira Vale está envolvida num projecto de exploração de carvão mineral na província setentrional de Tete.
Para o governo todo o cuidado pode ser pouco se falar contra a companhia brasileira tendo em conta as relações entre os dois países.
A ministra moçambicana para coordenação da acção ambiental, Alcinda Abreu, ainda não se pronunciou depois da Vale ter sido votada como sendo a pior do Mundo, ganhando o chamado prémio Nobel da vergonha corporativa Mundial, num concurso realizado semana passada à margem do Fórum Económico Mundial na cidade Suíça de Davos.
A “Voz da América” tentou, sem sucesso, falar por telefone com a ministra Alcinda Abreu.
O mesmo silêncio acontece com a empresa Vale. A sua assessora de comunicação, chamada Açucena, baseada em Maputo, não responde a chamadas, apesar de o seu telemóvel dar sinal de estar a chamar.
Um jornalista moçambicano baseado em Tete, onde a empresa brasileira opera, disse à “Voz da América” que normalmente a Vale não responde às solicitações de jornalistas.
Segundo a mesma fonte, o pessoal da empresa que lida com a comunicação social pede as perguntas por escrito e depois envia-as ao Brasil, onde as respostas são também dadas por escrito e enviadas a Maputo.
A Justiça Ambiental, uma filial de uma organização não-governamental estrangeira, deplora a atitude da Vale e diz que o governo moçambicano devia tomar medidas para proteger a população em Tete.
Anabela Lemos disse que toda a gente sabe que a Vale não respeita padrões ambientais recomendados. Anabela Lemos revelou que participou na votação contra a Vale.
Em Tete, a Vale construiu casas de fraca qualidade para a população movimentada das zonas de exploração de carvão, estando agora em processo de correcção dos defeitos depois de manifestação popular.
"Pior multinacional do Mundo" opera em Moçambique
"Pior multinacional do Mundo" opera em Moçambique
A avaliação foi feita à margem do Fórum Económico de Davos na Suíça e a empresa foi acusada de protagonizar "violações dos direitos humanos e sociais" no país.