Antigos refugiados no Congo Democrático aguardam respostas em Benguela

Foto de Arquivo

Esperam há três anos pelo apoio prometido pelo Governo.

João Marcos

Numa das áreas de concentração das vítimas das chuvas em Benguela, estão cerca de 70 cidadãos angolanos que regressaram do Congo Democrático, experimentando as mesmas dificuldades das famílias sinistradas. Alojados em tendas, os antigos refugiados queixam-se da falta de alimentos e colchões, dois dos vários bens que o Governo insiste em manter armazenados. Eles esperam vir a ser contemplados com lotes de terras em urbanizações para o reassentamento em definitivo.

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Antigos refugiados no Congo Democrático aguardam respostas juntamente com deslojados em Benguela - 1:58

Já todos sabiam que 19 famílias afectadas pelas enxurradas do passado mês de Março foram instaladas no bairro da Mina, onde esteve o governador de Benguela, Isaac dos Anjos.

O aspecto que salta à vista, constituindo novidade para a opinião pública, é que na mesma área estão vários cidadãos vindos da República Democrática do Congo há já quatro anos.

A VOA captou o drama de um carpinteiro a sugerir kits profissionais para a reintegração de alguns chefes de famílias.

Também em tendas, à semelhança dos compatriotas que sonham com a casa própria em urbanizações seguras, dizem que as noites têm sido um verdadeiro calvário.

Como se não bastasse a carência de alimentos, vêem-se forçados a conviver com bichos, tudo por falta de colchões.

O facto curioso é que existem colchões e alimentos em grandes quantidades nos cinco armazéns controlados pelo Governo.

Há até bens alimentares que podem acabar no lixo devido às condições e ao longo tempo de conservação.

Confrontado com este paradoxo, Isaac dos Anjos afirmou atirou a questão para o campo da “polémica”, mas acabou por admitir que as doações devem chegar rapidamente a quem delas necessita

Na luta pelo realojamento definitivo, o Executivo está a construir 370 bases para casas numa das zonas definidas para o realojamento definitivo.

As enxurradas afectaram um total de 9 mil 136 pessoas nas cidades de Benguela, Lobito, Catumbela e Baía Farta.