Analistas políticos dizem que só a "política de rotação" não mudará a política externa de Angola

Presidente francês Emmanuel Macron (a esquerda) sendo recebido pelo presidente de Angola João Lourenço no palácio presidencial da Casa Rosada, em Luanda, a 3 de Março de 2023.

Eles dizem que o Governo angolano persiste na indicação para a diplomacia de figuras ligadas ao partido no poder, na sua maioria não quadros de carreira diplomática e, supostamente, “nomeados por compensação pelos serviços prestados ao partido”.

O Governo angolano persiste na indicação para a diplomacia de figuras ligadas ao partido no poder, na sua maioria não quadros de carreira diplomática e, supostamente, “nomeados por compensação pelos serviço prestados ao partido”.

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Diplomacia angolana - 2:50

Analistas políticos ouvidos pela VOA entendem que essa política de gestão da diplomacia está na origem da sua baixa qualidade, do fraco apoio às comunidades angolanas, da corrupção e do amiguismo , em meio ao deficiente sistema de inspecção do ministério de tutela e do Tribunal de Contas.

As constatações foram feitas a propósito da recente rotação de embaixadores de 16 países e a colocação de oito noutros postos, feita pelo Presidente, João Lourenço.

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Fala África: Como a política externa de Angola pode ser compreendida e estudada?

“As embaixadas são uma espécie de vale dos caídos dos políticos que caem em desgraça, em idade de reforma ou com a saúde débil”, considera o analista político Ilídio Manuel.

Francisco Tunga Alberto, também analista político e investigador, questiona a opção do membros do partido no poder para a diplomacia do país em detrimento de quadros nacionais especializados formados ao longos dos anos.

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“Nunca a diplomacia angolana vai funcionar como noutros países enquanto os embaixadores continuarem ao serviço do partido que governo ao invés do Estado”, sustenta Alberto.

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Na semana passada, ao dar posse a novos embaixadores, o Presidente João Lourenço prometeu reduzir o tempo de permanência em cada país, “para evitar más práticas” e pediu trabalho na promoção da imagem de Angola e a captação de investidores estrangeiros e turistas.