África oriental: El Nino e conflitos poderão causar insegurança alimentar

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Resultado do El Nino

Mais de 18 milhões de pessoas na África oriental correm risco de insegurança alimentar por causa do fenómeno de El Nino e conflitos na região, advertem as Nações Unidas.

Segundo o bloco regional da África oriental (Igad), a seca que atinge a zona e a parte central do continente vai continuar por, pelo menos, três meses.

O director de previsão de tempo no Igad, Guleid Artan, diz que a África oriental terá muita chuva, mas só a partir de Março.

Artan explica que a seca a norte vai continuar até a próxima época chuvosa. Em metade do Quénia, choverá pouco. No Uganda, Tanzânia e nos grandes lagos, a precipitação será acima da média.

O fenómeno El Nino ocorre quando a temperatura sobe acima da média na zona central e oriental do oceano pacífico, causando uma alteração na circulação atmosférica.

O impacto do El Nino foi sentido no início de Maio deste ano, quando foram registadas secas em partes da Etiópia, Sudão e Somália.

Pete Manfield, do escritório das Nações Unidas para a Coordenação da Acção Humanitária (OCHA), confirma 18 milhões e meio de pessoas poderão passar fome por causa da seca e conflitos na região.

Manfield diz que as dinâmicas de conflitos na região agravam a situação humanitária, com realce para o Burundi, Sudão do sul e Iémen.

A situação, diz Manfield, “requer o aumento de intervenções de curta duração para salvar vidas”.

A seca atingiu fortemente a Etiópia e o governo pede 1.1 mil milhões de dólares para alimentar mais de 10 milhões de pessoas.

Os vizinhos Sudão do sul e Somália, além da seca têm conflitos internos.

A porta-voz do Programa Mundial da Alimentação, Challis McDonough, diz que os conflitos dificultam o acesso aos mais necessitados.

Cerca de 300 mil pessoas na região mudaram dos seus locais habituais de residência por causa da seca. Outros tantos fugiram de conflitos armados.