O antigo Presidente iraquiano Saddam Hussein recusou-se hoje a assinar o auto de acusação do Tribunal Especial iraquiano que o irá julgar e defendeu a invasão do Kuwait, em Agosto de 1990.
Saddam Hussein, vestido à civil, com um fato negro e uma camisa branca - visivelmente mais magro -, recusou-se a assinar o auto de acusação no final da audiência que durou cerca de meia hora e que decorreu hoje no Iraque, em lugar desconhecido e sob fortes medidas de segurança.
O antigo Presidente não reagiu a nada do que foi dito, exceptuando à acusação da invasão do Kuwait, afirmando que o Kuwait é um território iraquiano
Saddam Hussein afirmou ainda que o Presidente norte-americano George W. Bush é que é "o verdadeiro criminoso".
O antigo Presidente iraquiano foi acusado pelas alegadas atrocidades cometidas durante a repressão dos motins curdos e xiitas, em 1991, pelo alegado uso de armamento químico contra uma aldeia curda, em 1988, e pelo início da guerra contra o Irão, entre 1980 e 1988 e a invasão do Kuwait, em 1990.
O ministro da Justiça, assegurou que o antigo Presidente será condenado à morte caso seja considerado culpado.
O Governo interino iraquiano aprovou, após receber a custódia de Saddam e de outros 11 altos cargos do seu regime, o restabelecimento da pena de morte, suspensa pelo antigo administrador civil do Iraque, o norte-americano Paul Bremer, após a queda do regime.
O ex - ditador apresentou-se às autoridades que acudiram ao breve acto de transferência da sua custódia como "Saddam Hussein, Presidente da República do Iraque".