Revista de Imprensa - 2004-06-25

A troca de acusações entre o MPLA e a UNITA, à luz dos desentendimentos na Comissão Constitucional é notícia de capa em todos os jornais privados angolanos que sábado saem à rua.

O Semanário Angolense volta a carga com a sua reflexão sobre o discurso dos políticos e sua relação com a comunicação social. Desta vez a UNITA é o objecto de análise - “Quanto mais diquelengo, maior a hipótese de arrastar o rebanho. E o nosso galo ainda canta”.

“Poupem-nos por favor. Troika de observadores novamente em Angola!” a exclamação do Semanário Angolense tem como base rumores postos a circular segundo a qual a UNITA pretende trazer para cena politica nacional novos actores, tudo fruto da crise na comissão constitucional.

Segundo projecções do Ministério da Administração do Território (MAT), se as eleições se realizarem dentro de um ano o estado devera desembolsar cerca de meio bilião de dólares.

“ACOMIL quer adiamento da FILDA” conta ainda o Semanário que cita um accionista da ACOMIL que a edição 2004 da FILDA poderá estar comprometida devido o facto do Presidente da AIA, José Severino ter desviado dinheiro.

A encerrar o Semanário Angolense diz que João e Pedro Teta, autores de soluções bizarras para alguns problemas são “brincalhões”. O primeiro apela aos alunos a denúncia de professores corruptos a troco de bolsas de estudo, enquanto o outro promete colocar no mercado angolano computadores a cem dólares

O jornal A Capital anuncia “Mais um estrangeiro morre em Angola”, desta vez foi no fortificado edifício Palanca. Trata-se de uma alta funcionária da TOTAL-EP, encontrada morta asfixiada na sua residência. A polícia que tentou abafar o caso promete trazer a publico os autores do crime. Este e o terceiro caso de morte misteriosa de estrangeiros em Luanda sem que a policia desvende o mistério. “Guerra dos duros” a história da crise na comissão constitucional, “MPLA e UNITA trocam acusações em cenário de crise”.

A entrada em cena da lambretas, motos e outros motociclos, provocou uma reportagem que A Capital chama “Lambretas estão na moda, actividade desregulada no seu uso”. O autor da matéria diz que estes motociclos andam pela cidade sem matrículas, e os seus donos não são portadores de carta ou licença de condução.

Numa ronda à cidade «A Capital» captou a imagens próprias de um pais desregrado. Grande parte dos operários trabalha sem equipamentos de segurança. Diz o jornal que ” as construtoras equipam mal seus funcionários. Os nossos mal vestidos”.

A capa de A Capital fecha com uma visita aos “ratos humanos que invadem o Alvalade”..ou a historia dos meninos de rua que vivem nos esgotos do rio seco.

Já o Independente escreve em manchete que “Comandante Ekuikui está a ser enganado”. Conta o Independente que os mais de três mil homens estacionados na zona de Calumbo numa das escolas da policia nacional, para formação e posterior integração na já anunciada quinta e sexta divisões, não recebem qualquer instrução por parte de quem de direito. Ou seja, os seus efectivos que deveriam constituir mais duas divisões e sobre as quais Ekuikui recebeu garantias, não estão a receber preparação nenhuma.

“Anteprojecto de constituição pode ser rejeitado...esta notícia do Independente tem como base os resultados da reunião entre a UNITA e a sociedade civil, que defendeu o princípio da realização de eleições com alei constitucional em vigor .

O Independente diz também que “Por pressão da oposição, Roberto de Almeida esvaziou agenda parlamentar”. Isto explica o adiamento da discussão do ante-projecto sobre a exploração petrolífera. Duas denúncias de crime e desordem completam este número do Independente.

O Agora diz na sua manchete que na pediatria de Luanda regista-se um alto nível de mortalidade.

Na capa do Agora pode ler-se ainda “Atritos entre MPLA e Oposição, por causa da lei constitucional; Constante ausência de José Eduardo dos Santos em fóruns africanos, as inexplicáveis razões para não se licenciarem rádios comunitárias, BCI tem lucros de cinco milhões de dólares. Um suplemento sobre saúde” fazem esta edição do Agora.