União Africana: Peritos Americanos Questionam Eficácia

União Africana: Peritos Americanos Questionam Eficácia

Uma delegação da União Africana manteve esta semana uma série de reuniões em Washington com líderes políticos e empresariais americanos. Apesar de reconhecerem alguns avanços, peritos em questões africanas afirmam que aquela organização continua a não dispor dos recursos necessários para intervir de um modo eficaz.
O ex-embaixador americano David Shinn, afirmou à VOA que, durante os últimos anos, a União Africana tem vindo a fazer um melhor trabalho no que diz respeito à condenação de golpes de estado em África.
“ A União Africana, disse Shinn, conseguiu grandes avanços no que se refere a ser muito mais crítica dos governos que chegaram ilegalmente ao poder. Denunciou os casos do Togo, Mauritânia, Madagáscar e Níger e dou-lhes crédito por isso visto que há 15 anos atrás não o teriam feito.”
Quanto ao professor de estudos africanos da Universidade de Boston, Timothy Longman, afirma que a organização registou progressos mas salienta que a União Africana deve ir mais longe e condenar igualmente com veemência as violações dos direitos humanos e as eleições fraudulentas.
“ Trata-se, segundo aquele professor, de uma organização relativamente nova. Acho que ainda está a aprender a tornar-se mais eficaz. Desafio a União Africana a adoptar uma posição forte em relação aos direitos humanos e à democracia.”
Uma das áreas a que a organização pan-africana dedicou mais atenção foi a de tentar ajudar a por termo aos conflitos no continente destacando equipas de medianeiros para vários países. A União Africana enviou também forças de manutenção da paz para zonas de conflito tais como o Sudão, a Somália e as Ilhas Comores. Defrontaram-se contudo com muitos desafios nessas missões conforme sublinhou o embaixador Shinn.
“ Não conseguiram ter um sucesso completo em qualquer desses países visto que não dispõem dos recursos necessários. Neste momento a União Africana não está em posição financeira para levar a cabo operações alargadas de manutenção da paz”, acrescentou ainda o embaixador Shinn.
Por seu lado o director do Centro de Pesquisa Africana, Daniel Volman, afirmou que o governo dos Estados Unidos está a tentar ajudar com novas ideias para ajudar a por termo de um modo mais eficaz aos conflitos africanos. Acrescentou que equipas de emergência poderiam ajudar a lidar com desastres naturais ou acidentes de envergadura.
“ Os Estados Unidos, disse Volman, estão profundamente envolvidos nos esforços para criar brigadas de emergência que a União Africana está a tentar criar em diversas regiões de África para responder a toda uma série de crises e emergências nessas áreas.”
Contudo os peritos salientam que, para já, a União Africana dispõe de tão poucos recursos que não põe fazer grande coisa para além de declarações e do envio de medianeiros e de forças de manutenção da paz pouco eficazes.
Numa declaração promovendo as reuniões desta semana em Washington com a delegação da União Africana, o Departamento de Estado sublinhou que os Estados Unidos são a principal fonte de financiamento das operações de manutenção da paz da União Africana acrescentando que aquela organização é essencial para defender os princípios da democracia e da boa governação.