O Projecto Africom Avança

O comando africano das forças armadas americanas, o Africom, que se tornou operacional o ano passado esteve sempre rodeado de alguma controvérsia. Suspeitas dos países africanos, dúvidas internas sobre a sua missão de ser um comando virado também para operações de ajuda e desenvolvimento, fizeram com que o Africom tivesse um primeiro ano de actividade de pouco impacto. Contudo, lenta mas seguramente o Africom vai ganhando as suas raízes.

Um relatório do Serviço de Investigação do Congresso diz que o Departamento de Defesa americano estabeleceu em vários locais de África instalações mínimas que são mantidas por tropas locais. Esses locais são designados como Locais de Segurança Cooperativos, diz o documento, que acrescenta que são tome 'e um desses locais onde o departamento de defesa tem acesso.

Os outros são na Argélia, Botswana, Gabão, Gana, Quénia, Mali, Serra Leoa, Tunísia, Uganda e Zâmbia.

O documento não dá outros pormenores mas durante os estudos para a formação do Africom outros relatórios indicavam que os Estados Unidos teriam interesse em ter acesso a locais para serem usados em caso de emergência. Esses locais teriam apenas instalações mínimas.

O documento diz que as instalações no Quénia foram usadas nos anos de 1990 para apoiar a intervenção na Somália e continuam a ser usados hoje em apoio a actividades contra terroristas.

O estudo do serviço de investigação do Congresso que o africom é agora responsável pela base no Djibuti onde estão estacionados cerca de 1.500 soldados e pessoal de apoio.

O local avançado de operação do Africom está situado na ilha de Ascensão no oceano atlântico. Bases americanas na Rota em Espanha, Sionella, Itália e Cairo Egipto servem também de apoio ao Africom.

O documento diz ainda que no futuro o Africom poderá ter representações em locais onde estiverem situadas as estruturas das futuras organizações continentais e regionais africanas de segurança.

Para o orçamento do próximo ano o Africom pediu um orçamento de 278 milhões de dólares que inclui entre outras coisas a expansão do comando de operações especiais do Africom e ainda financiamento para a criação de quatro novs gabinetes de cooperação de segurança nos Camarões, Chad, Libia e Ruanda e a expansão desses escritórios no Quénia, Libéria e Marrocos.

O documento revela ainda que o Departamento de Defesa quer gastar na África Austral, em 2010, 16 milhões de dólares no seu programa de financiamento militar estrangeiros.