Fidel Castro Recebe Congressistas Americanos

Membros do Black Caucus, o grupo dos Representantes Afro-Americanos no Congresso dos Estados Unidos participaram no encontro, desde 2006, de entidades oficiais do governo americano com o ex-presidente cubano, Fidel Castro. A líder do grupo afro-americano disse que Cuba deseja o reatamento das relações normais com a nova Administração Americana. Castro adiantou ser tempo para um relacionamento normal entre Cuba e os Estados Unidos.

A Congressista da Califórnia, Barbara Lee, que integrava um grupo de três legisladores afro-americanos que faziam parte da delegação americana que se encontrou com o ex-presidente Fidel Castro, disse aos jornalistas em Washington, que durante o encontro de cerca de duas horas com Fidel Castro, o ex-dirigente cubano mostrou-se em bom estado de saúde, enérgico, expressivo e claro:

"Sempre foi directo, muito especifico, muito claro…sempre falava muito…com muita energia…e ideias ousadas…sempre tem dito que os cubanos se sentiam sempre amigos dos americanos…e que desejava o reatamento das relações normais…Castro foi consistente durante todos estes anos em que me encontrei com ele…a sua saúde…é claro…tem sido enfermo…mas na altura em que nos encontramos…temos que concordar…parecia muito saudável, enérgico, de ideias muito claras…sempre directo…e também a sua mulher …muito agradável e hospitaleira"… tal como afirmou o congressista Bobby Rush, o casal dispõe de meios muito modestos de vida….foram momentos inesquecíveis.

Outro membro da delegação afro-americana, a congressista Laura Richardson, também da Califórnia, disse que Castro reconheceu-a pelo nome, e que estava muito ciente do que se passava a sua volta.

"Mas o que na realidade me surpreendeu foi a forma como se virava para a pessoa com quem falava, olhando-a directamente nos olhos…muito ciente do que estava a passar…e perguntando …como podemos ajudar? ...como podemos ajudar o Presidente Obama?".

A reunião aconteceu um dia depois de uma delegação maior de sete congressistas ter tido várias horas de conversações com o irmão mais novo de Fidel Castro, Raul Castro, de 77 anos de idade, que assumiu a presidência o ano passado, quando o irmão mais velho caiu doente. A congressista Barbara Lee afirmou que os congressistas não se deslocaram a Cuba para negociar com os governantes do pais comunista, mas para observar o que se estava a passar na Ilha, conversar com o povo, e de regresso, formular recomendações para a Administração Obama.

"Estamos convencidos que para o governo cubano, e o Presidente Raul Castro também o confirmou, tudo está na mesa das discussões…para um diálogo sem pré–condições … parafraseando o Presidente Raul Castro, poderemos discutir sobre todas as questões que necessitam de serem abordadas, na medida em que se mantenha um respeito mútuo e reconhecimento da soberania de ambos os países…na minha opinião…se nos conduzirmos nessa direcção…baseados nesses princípios…veremos grandes coisas a acontecer".

A congressista Lee disse que a mensagem que a delegação traz de Cuba é muito clara:

"Comunicaram-nos a sua disposição e desejo de nos assentarmos a mesa do dialogo…encetando discussões que, esperamos, possam conduzir a normalização das relações diplomáticas….

Entretanto, a congressista Barbara Lee co-patrocinara, na Câmara dos Representantes, um projecto de lei destinada a levantar as proibições de visitas dos Americanos a Cuba, estando pendente uma legislação similar no Senado.

Por outro lado, a Administração Obama indicou que o Presidente Obama iria levantar dentro em breve as restrições de viagens contra Cuba, talvez antes da cimeira das Américas em Trinidad e Tobago, na próxima semana. O Presidente Obama disse que estaria disposto a encontrar-se com os lideres cubanos, mas que de momento iria manter o embargo como um incentivo para mudanças democráticas e a melhoria dos direitos humanos em Cuba.