Sudão  será governado nos próximos seis anos

O texto provisório da constituição refere que o Sudão será governado nos próximos seis anos por uma administração transitória, que inclui elementos do antigo grupo rebelde do sul do Sudão, o Movimento de Libertação do Povo Sudanes.

No inicio deste ano, o governo sudanes e o antigo grupo rebelde assinaram um acordo de paz para por termo a quase 22 anos de guerra que custaram a vida a dois milhões de pessoas, e desalojaram mais quatro milhões de outras.

O acordo define como as duas partes vão partilhar o poder, a riqueza, conduzir os sistemas de segurança e ainda outros pontos.

Como parte do acordo de paz, foi elaborada uma proposta de constituição, incluindo os acordos estabelecidos, tendo a proposta de lei fundamental ter tido, hoje quarta feira, uma leitura final na Assembleia Nacional sudanesa.

O secretario geral do Conselho de Informação Exterior do Sudão, Rasheed Khider, indicou a Voz da América que a constituição interina abre o caminho não apenas a um novo governo como para o que referiu como sendo a eventual resolução de outros conflitos no pais.

“Isto vai permitir que o Sudão encare positivamente o futuro e optimismo quanto ao acordo final para os diferentes problemas do Sudão.”

O novo governo e a constituição vão permanecer por um prazo de seis anos, após o qual os sulistas podem decidir – através de referendo – que desejam, ou não, permanecer no Sudão.

O adjunto do secretario de Estado norte americano, Robert Zoellick e o presidente queniano, Mwai Kibaki encontram-se entre os dignatários que se vão participar no sábado na cerimonia de posse do novo governo.

Durante os dois anos de negociações de paz que conduziram a constituição e governo interino, alguns analistas apelaram aos outros grupos rebeldes – em particular aos da região ocidental de Darfur e das áreas do Mar Vermelho e de Kassala – para integrarem as negociações.

Os analistas sustentaram que o Sudão não poderia alcançar a paz total enquanto não fossem resolvidas a totalidade das queixas das partes envolvidas nos conflitos.