Suíça ainda silenciosa sobre novas acusações contra personalidades angolanas

Relatório sobre corrupção foi também entregue aos Estados Unidos
As autoridades suíças ainda não se pronunciaram sobre o pedido feito por organizações anticorrupção para a reabertura de uma investigação judicial ao alegado desvio de fundos de milhões de dólares para dirigentes angolanos, incluindo o presidente José Eduardo dos Santos.

Segundo os investigadores a decisão poderá ser anunciado num espaço de seis a oito semanas desde a entrega da queixa na Procuradoria-Geral federal Suíça no passado dia 12 de Abril.

Nesse mesmo dia uma queixa foi também entregue na Procuradoria-Geral da República de Angola para um a investigação no mesmo sentido.

O caso não é novo pois foi arquivado em Abril de 2005 por falta de provas, mas um relatório agora elaborado pela organização “Corruption Watch” e pela Associação Mãos Livres detalha agora mais pormenores da alegada fraude que terá beneficiado o presidente angolano José Eduardo dos Santos em 36.250.000 dólares, o embaixador angolano Elísio Figueiredo em 17.557.000 dólares, o antigo director geral da SONANGOL e ministro da Indústria Joaquim Duarte da Costa David em 13,250,000 dólares, o director geral da Sonangol José Paiva da Costa Castro em 4,465,000 dólares e José Leitão da Costa e Silva, ministro do Gabinete da presidência de Angola em 3,358,000 dólares.

http://static.publico.pt/DOCS/Mundo/The-Corrupt-Debt-Deal-PT.pdf

Milhões de dólares foram transferidos através de bancos baseados na Suíça, Luxembrugo, Chipre, Holanda, Ilhas Virgens britânicas e a Ilha de Man para beneficio dessas figuras angolanas e também russas.

A investigação fornece pormenores de uma vasta teia de transacções financeiras envolvendo uma dívida original de cinco mil milhões de dólares à União Soviética que foi reduzida pela Rússia para 1,5 mil milhões de dólares.

Uma companhia Abalone Investments, foi especialmente formada para receber os pagamentos e registada na Ilha de Man.

A Abalone era propriedade de dois homens conhecidos pelos seus negócios com Angola, nomeadamente Arcadi Gaydamak e Pierre Falcone que abriram uma conta no banco suíço UBS. Falcone e Gaydamalk foram investigados e condenados em frança não neste caso mas no caso da venda de armas em 1993 e 1994 ao governo angolano. As suas penas foram reduzidas num recurso em PRIS EM 2011 E Angola concedeu a Falcone um passaporte diplomático.

Gaydamak não foi presos e nunca mais terá voltado a França e provavelmente vive na Rússia e Israel.

Entre Outubro de 1997 e Julho de 2000 Angola transferiu 774 milhões de dólares para as contas da Abalone junto do banco UBS. Gaydamak terá embolsado 138 milhões e Falcone 124 milhões. Essa conta foi usada para pagar 3 milhões e 350 mil dólares a José Leitão.

Uma transferência de 618 milhões de dólares foi feita para um banco em Chipre por a pedido de Gaydamak e esse dinheiro, juntamente com o anteriormente transferido para as contas da UBS deveria ter pago totalmente a divida angolana o que não aconteceu.

O relatório foi entregue na semana passada aqui em Washington ao Departamento de Estado, ao Fundo Monetário Internacional e a uma comissão de investigação do Senado.

O antigo embaixador angolano em Genebra Adriano Parreira fez parte da delegação a convite da Corruption Watch.

Ele falou á Voz da América sobre o caso

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Adriano Parreira