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Zimbabué: Serão as eleições início do fim de Robert Mugabe?


Presidente Robert Mugabe, do Zimbabwe.
Presidente Robert Mugabe, do Zimbabwe.

Tanto Robert Mugabe como o seu opositor Morgan Tsvangirai jogam, "ou tudo, ou nada" nestas eleições

Observadores afirmam que os problemas políticos e económicos do Zimbabué inibiram o desenvolvimento e o progresso da África Austral durante vários anos.

Seja qual for os resultados das eleições de amanhã, eles deverão marcar o início do fim do longo reinado de Robert Mugabe e um novo caminho para o Zimbabué, reconhecem os analistas.

O presidente Robert Mugabe governa o Zimbabué há 33 anos – a sua imagem mudou imenso, desde o libertador anti-colonial até ao ditador que brutaliza o seu o povo. De eleições após eleições, Mugabe sempre reivindicou vitórias, embora os níveis de desemprego e da pobreza tenham atingido os 80 por cento da população.

Ainda assim e perante relatos que dão conta de que as eleições de amanhã estão a ser dominadas por vários problemas que poderiam favorecer ao Mugabe e o seu partido ZANU-PF, os especialistas internacionais afirmam que o processo deve continuar.

“Penso ser imperativo para eles se avançarem porque a conclusão destas eleições, seja quais forem os seus resultados, vai definir o sentido do início do fim do mandato de Mugabe como presidente do Zimbabué.”

O antigo secretário assistente americano, para os assuntos africanos, Johnnie Carson adianta que a nova constituição adoptada em Maio limita o exercício da presidência a dois mandatos de cinco de cinco anos. E Mugabe tem quase 90 anos de idade.

“É quase incerto que ele será capaz de cumprir um ou dois mandatos.”
O embaixador do Zimbabué nos Estados Unidos, Machivenyika Mapuranga reconhece isso mesmo, mas afirma que as políticas de Mugabe vão continuar.

“Mugabe pode partir amanhã, mas o povo do Zimbabué vão continuar a lutar a favor do que foi começado com a ZANU-PF.”

O presidente Mugade parece ansioso para pôr fim ao fragmentado governo de unidade nacional imposto por um acordo político que conduziu coligação com o Movimento para Mudanças Democráticas e a nomeação do seu líder, Morgan Tsvangirai ao cargo de primeiro-ministro, a seguir as eleições de 2008.

“Estas eleições deve ser uma luta de nossas vidas.”

Morgan Tsvangirai disse por sua vez, não ter ilusões que estas eleições venham a ser credíveis, mas tem esperanças num novo Zimbabué.

“O nosso desejo colectivo para a real transformação vai fazer-nos triunfar perante os recuos que tivemos no passado.”

Johnnie Carson adianta que dada a vizinhança do Zimbabué com África do Sul e Angola, o país tem por isso um grande potencial na África Austral. A sua economia que esteve de rastos, tem dado sinais de crescimento durante a vigência do governo de unidade nacional. E esta é uma das razões pelas quais os líderes internacionais estão ansiosos em ver o Zimbabué a integrar novamente a economia mundial, não apenas no benefício económico do continente, mas para permitir o regresso a casa de milhões de zimbabueanos que fugiram do país durante o conflito político.
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