O Zimbabué convocou o embaixador dos Estados Unidos esta segunda-feira por comentários de alto responsável americano acusando o país de provocar protestos anti-racismo pela morte de George Floyd.
Em uma entrevista de domingo às cadeia de televisão ABC, o consultor de segurança nacional dos EUA Robert O'Brien referiu-se ao Zimbabué e à China como "adversários estrangeiros", usando as mídias sociais para estimular a agitação e "semear a discórdia".
Nos últimos dias os Estados Unidos foram palco de protestos violentos depois que Floyd, um afro-americano, morreu enquanto um policia branco pressionava o seu pescoço com um joelho ignorando as queixas que ele não conseguia respirar.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Zimbabué, James Manzou, disse que o embaixador dos EUA, Brian Nichols, foi convocado para explicar as observações de O'Brien.
O porta voz do governo Nick Mangwana disse que o Zimbabué não se considera "o adversário da América". "Preferimos ter amigos e aliados do que ter adversidades inúteis com qualquer outra nação, incluindo os EUA", twittou Mangwana no domingo à noite.
As relações entre o Zimbabué e os EUA são tensas desde que Washington impôs sanções contra o ex-presidente Robert Mugabe e membros de seu círculo em 2002 por abusos de direitos humanos.
Essas sanções foram prorrogadas em março deste ano, com Washington citando o fracasso do presidente Emmerson Mnangagwa em implementar reformas, bem como as violentas repressões contra a oposição desde que ele assumiu o poder em 2017.
Um alto responsável do Zimbabué, citado pelo jornal estatal Herald, negou as acusações de O'Brien. "Qualquer pessoa que tenha visto a génese de eventos recentes, desde a trágica morte de Floyd até aos protestos subsequentes, perceberá que qualquer acusação de envolvimento do Zimbabué em qualquer estágio é ridícula", disse aquele responsável.