A Casa Branca disse na segunda-feira (21) que aplicará sanções às regiões de Donetsk e Luhansk, do leste da Ucrânia, ocupadas pela Rússia, poucas horas após o presidente russo, Vladimir Putin, ter reconhecido como estados independentes.
"Prevíamos um movimento como este da Rússia e estamos prontos para responder imediatamente", disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, na segunda-feira.
Psaki disse que o presidente Joe Biden emitirá uma ordem executiva proibindo novos investimentos, comércio e financiamento por americanos nessas áreas.
O pronunciamento de Putin aumenta os temores ocidentais de que Putin esteja prestes a invadir a Ucrânia – algo que um alto funcionário do governo disse a repórteres ser uma ameaça muito real.
“Na última hora, vimos a Rússia ordenar que tropas fossem enviadas para (Donetsk) e (Luhansk) para as chamadas acções de manutenção da paz”, disse o funcionário.
"Este não foi um discurso apenas sobre a segurança da Rússia", disse ele. “Foi um ataque à própria ideia de uma Ucrânia soberana e independente”.
O funcionário disse que “ele (Putin) deixou claro que vê a Ucrânia historicamente como parte da Rússia. E ele fez uma série de alegações falsas sobre a contenção da Ucrânia que pareciam destinadas a justificar uma possível acção militar. Este foi um discurso ao povo russo para justificar a guerra.”
Ele disse que a Casa Branca anunciará novas medidas na terça-feira (22) para o que para os EUA é uma "clara violação do direito internacional e da soberania e integridade territorial ucraniana, bem como dos próprios compromissos internacionais da Rússia".
A fonte não disse se ainda havia planos para o secretário de Estado Antony Blinken se encontrar com seu homólogo russo, Sergey Lavrov, no final desta semana. Tal reunião pretendia preparar o cenário para uma possível cimeira entre Putin e Biden.
“Continuaremos a seguir a diplomacia até os tanques rolarem”, disse. “Não temos ilusões sobre o que provavelmente virá a seguir. E estamos preparados para responder de forma decisiva quando isso acontecer.”
A analista Angela Stent, da Brookings Institution, disse na segunda-feira que uma cimeira entre os líderes é, neste momento, uma proposta especialmente complicada.