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Washington alarga programa de vistos para afegãos que colaboraram com os Estados Unidos


Antony Blinken, secretário de Estado americano
Antony Blinken, secretário de Estado americano

O Departamento de Estado americano anunciou nesta segunda-feira, 2, que o país vai receber milhares de refugiados afegãos por temer pela segurança das pessoas com ligações aos Estados Unidos, no mês em que Washington põe fim à guerra mais longa da sua historia.

Em nota, o Governo acrescentou que vai expandir a elegibilidade das admissões de refugiados para além dos cerca de 20 mil afegãos que já se inscreveram.

"À luz do aumento dos níveis de violência do Taleban, o Governo dos EUA está a trabalhar para fornecer a certos afegãos, incluindo aqueles que trabalharam com os Estados Unidos, a oportunidade de reassentamento no país", disse o Departamento de Estado.

De preferência serão abrangidos afegãos que trabalharam com empresas de comunicação social ou organizações não governamentais dos EUA ou em projectos financiados por Washington.

Num encontro com jornalistas, o secretário de Estado Antony Blinken disse os Estados Unidos têm “uma responsabilidade especial para com esses indivíduos”.

“Eles permaneceram connosco, nós estaremos com eles”, afirmou Blinken, acrescentando que os afegãos que trabalharam com os Estados Unidos ou parceiros internacionais desde 2001 "enfrentam medos, perseguição ou retribuição que provavelmente crescerão à medida que as forças da coligação deixarem o país".

O chefe da diplomacia americana indicou que nos últimos 13 anos, o Departamento de Estado dos EUA emitiu mais de 73 mil vistos sob o programa SIV para afegãos que ajudaram os Estados Unidos, bem como suas famílias.

Um funcionário do Departamento de Estado admitiu não haver uma estimativa de quantos afegãos serão elegíveis.

A mudança ocorre no momento em que os Estados Unidos encerram a sua presença militar no Afeganistão após quase 20 anos.

Presidente afegão responsabiliza EUA

Entretanto, hoje, o presidente Ashraf Ghani disse que o degradar da situação militar no país deve-se à "brusca" decisão dos Estados Unidos de retirar os militares que se encontravam no país.

Num discurso no Parlamento, numa altura em que se verifica uma escalada da ofensiva das forças talibãs em vários pontos do país, Ghani afirmou que preparou um plano de seis meses para conter o avanço dos talibãs, mas não forneceu detalhes.

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