Links de Acesso

Violência generalizada paralisa Grande Vitória no Brasil


Familiares apoiam greve de agentes da polícia
Familiares apoiam greve de agentes da polícia

Greve da polícia deixa capital do Estado do Espírito Santo vazia e abre caminho a criminosos

Os brasileiros acompanham estarrecidos à onda de violência no Estado do Espírito Santo.

Desde o fim de semana, quando a Polícia Militar interrompeu os trabalhos em protestos por melhores salários, o que se vê na Grande Vitória são dezenas de assaltos e roubos a comércio e transeuntes, assassinatos e arrastões.

Escolas, postos de saúde e autocarros continuam sem funcionar na Grande Vitória e noutras regiões do Estado e registaram-se 121 mortos.

De acordo com o Sindicato da Polícia Civil do Espírito Santo, 200 veículos foram roubados apenas na segunda-feira, 6, e mais de 90 pessoas foram assassinadas de forma brutal desde o início do movimento das forças de segurança.

A população na Grande Vitória virou refém do medo e quem está nas ruas aproveita a ausência da polícia para praticar actos ilícitos.

Nas redes sociais é fácil encontrar vídeos de saqueadores do comércio, carregando de tudo, desde alimentos aelectrodomésticos.

Para a socióloga Lucia Lamounier, a população deixou de lados os seus valores, a questão social.

Para ela, não adianta ser contra a corrupção se no dia a dia a sociedade pratica determinadas acções ilegais em prol do próprio benefício.

“A segurança pública não é apenas uma questão da polícia. Não é apenas por uma polícia estar actuando que devemos nos comportar de uma maneira adequada, a gente não deve pegar aquilo que é do outro. Não acho que é um lado ruim do ser humano, mas o lado social. É uma questão neste momento da sociedade brasileira fazer uma reflexão sobre quais são os nossos valores, que país a gente quer. A gente não quer corrupção, mas no quotidiano às vezes temos actos corruptos. A gente suborna alguém, fura uma fila, faz alguma coisa, enfim, que reflete corrupção”, disse.

A especialista condena a expertise dos brasileiros que, sempre que possível, procura tirar vantagem sobre os outros.

“Mesmo que a polícia não estava em greve no Espírito Santo ela não estava em todos os lugares porque agora aquilo virou um cenário de guerra total. Não é porque a polícia está em greve e sim uma ausência do valor social, daquilo que é público. Um país, uma sociedade mais segura é construída por todos nós e não apenas pela presença da polícia”, concluiu a socióloga.

Policias acusados

Nesta sexta-feira, 10, o secretário de Segurança Pública, André Garcia, afirmou que 703 agentes policiais foram acusados pelo crime de revolta.

"A amnistia não é um acto do Governo estadual, mas do Governo federal. Mesmo se fosse, não é um caso de amnistia", afirmou Garcia em entrevista à imprensa.

O secretário disse que ainda que três mil militares vão estar nas ruas do Espírito Santo hoje, mas destacou que vai pedir mais efectivos.

Pelo sétimo dia, o Estado do Espíito Santo vive uma onda de violência que já deixou 121 mortos.

XS
SM
MD
LG