Os antigos combatentes e veteranos da pátria na província angolana da Huíla continuam a queixar-se que os subsídios pagos pelo Governo revelam bem o quanto não são valorizados pelo país.
O subsídio mensal mais alto de um antigo combatente não passa de 25 mil kwanzas, o equivalente a pouco mais de 40 dólares norte-americanos.
João Santos é um dos que defendem mudanças no actual quadro, pois, segundo disse, perante o alto custo de vida e outras necessidades na família, não está fácil sobreviver dos míseros subsídios.
“O antigo combatente não tem casa, o antigo combatente tem filhos, tem netos e esses filhos e netos precisam de estudar. Para fazer ingressar um filho ou neto a uma escola é preciso lutar. Falta-nos muita coisa”, lamenta.
Para Luís Mateus, a situação actual a que estão voltados os antigos combatentes é grave e exige uma atenção diferente do poder.
“Apesar das iniciativas que o Governo tem, é preciso que elas sejam amadurecidas. Passar dos 25 mil para no mínimo 100 mil kwanzas, isso seria muito importante para os antigos combatentes”, defende.
O Governo assegura estar em curso acções com vista a mudar o quadro que considera difícil e muito afectado pela crise económica e a pandemia da covid-19.
Com a conclusão do processo de cadastro dos antigos combatentes, a directora do Gabinete Provincial dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria faz fé em dias melhores.
“O gabinete neste caso concreto tem estado a realizar actividades, acções que venham a contribuir para minimizar a carência de várias coisas relativamente a vida dos antigos combatentes, mas tem que ser devagar”, afirma Verónica Rito.
Na Huíla estão registados mais de cinco mil antigos combatentes e veteranos, entre eles deficientes de guerra, viúvas e órfãos.