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UNITA diz que combate à corrupção "foi substituído pela protecção dos camaradas yes man"


Liberty Chiyaka, líder parlamentar da UNITA
Liberty Chiyaka, líder parlamentar da UNITA

João Lourenço foi "sequestrado por uma elite antipatriótica, insensível, corrupta e antidemocrática", afirma Liberty Chiyaka presidente do grupo parlamentar da UNITA

A UNITA acusou o Presidente angolano de ter substituído os seus discursos e acções contra a corrupção pela "hipocrisia" após ter sido "sequestrado por uma elite antipatriótica, insensível, corrupta e antidemocrática".

Numa conferência de imprensa em Luanda, nesta terça-feira, 25, o presidente do grupo parlamentar do principal partido da oposição em Angola, Liberty Chiyaka, disse que o combate à corrupção "foi substituído pela protecção dos camaradas yes man, amigos e aliados da estratégia de gestão do poder", depois de João Lourenço, que teve a mudança nas mãos, "entre salvar o país ou o seu partido, MPLA, preferiu salvar um grupo de camaradas, por isso, o país regrediu muito".

Chiyaka foi peremptório ao afirmar que o Presidente da República "foi sequestrado por uma elite antipatriótica, insensível, corrupta e antidemocrática", e sublinhou que os seus discursos e acções de há três anos "foram substituídos pela hipocrisia".

"Urge combater a hipocrisia", reiterou Liberty Chiyaka, para quem Angola “é um país menos inclusivo, menos livre e menos democrático do que foi há dois anos".

"O poder judicial é hoje uma muleta do poder Executivo autocrático", acrescentou o líder parlamentar do partido do galo negro que disse que "o sonho alimentado pelo discurso de tomada de posse e alguns actos dignos de um estadista reformista tornou-se um pesadelo".

Limpeza na Casa de Segurança da Presidência

A conferência de imprensa "Crise de Confiança nas Instituições Públicas" de Liberty Chiyaka aconteceu um dia depois de João Lourenço ter exonerado seis oficiais generais da Casa da Segurança da Presidência da República, ao mesmo tempo que a Procuradoria-Geral da República anunciava ter aberto um processo-crime no qual “estão envolvidos oficiais das Forças Armadas Angolanas afectos à Casa de Segurança do Presidente da República, por suspeita de cometimento dos crimes de peculato, retenção de moeda, associação criminosa e outros".

Sem indicar prisões ou nomes das pessoas envolvidas, a PGR limitou-se a dizer que na operação "foram apreendidos valores monetários em dinheiro sonante, guardados em caixas e malas, na ordem de milhões, em dólares norte-americanos, em euros e em kwanzas, bem como residências e viaturas".

Esses desenvolvimentos surgem depois de, na semana passada, o major Paulo Lussaty, da Casa de Segurança e chefe das Finanças da banda musical da Presidência ter sido detido quando tentava sair do país milhões de dólares e euros.

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