O grupo parlamentar da UNITA, na oposição em Angola, começou a distribuir a famílias desfavorecidas e organizações ligadas à educação e saúde 50 por cento dos subsídios de instalação atribuídos pelo Parlamento como tinha prometido.
Enquanto cidadãos saúdam a decisão, considerando a crise que enfrentam as famílias angolanas, o coordenador-geral do Grupo de Organizações da Sociedade Civil para o Orçamento Participativo critica esta opção por promover o assistencialismo.
Sem precisar o número de cidadãos já beneficiados, o secretário nacional para Comunicação e Marketing da UNITA confirmou à Voz da América a atribuição das ajudas no valor total de 900 milhões de kwanzas (pouco mais de um milhão de dólares) e sua justificação.
“Com o nível social muito elevado e muito difícil em que o país se encontra uma mão de caridade a estas famílias que não têm onde tirar nesta fase do ano, é muito importante que recebam este carinho por parte de quem eles elegeram para os representar, também os projetos ligados à saúde e educação estão também no quadro dos beneficiários, e esta ação decorre um pouco por todo país”, afirmou Evaldo Evangelista.
Entretanto, o cidadão Fausto Chivonde, que acompanha a campanha, felicita a UNITA pela iniciativa e apela a outros partidos a ajudarem igualmente aquelas famílias desfavorecidas.
“Acho que o (MPLA) também devia fazer o mesmo”, disse.
Leitura diferente tem o consultor e coordenador-geral do Grupo de Organizações da Sociedade Civil para o Orçamento Participativo (Goscop).
“Classificar como má a medida em que o desejável é não promover o assistencialismo mas assistência social que é coisa diferente. Neste sentido a UNITA devia juntar-se a organizações da sociedade civil, fazê-lo diretamente não é acertado porque cai no assistencialismo aquilo que o governo volta e meia vai fazendo de forma errada”, afirmou Nelson Paulo, quem defende maior apoio às organizações da sociedade civil e, essas sim, criarem mecanismos de autossustentabilidade dos mais desfavorecidos.
“A UNITA e MPLA são os mais poderosos, já que eles não convergem em termos de orçamentos, mas juntos podiam convergir neste quesito que é ter instituições de solidárias mais fortes, porque temos muita pobreza e não para de crescer”, concluiu Paulo.
Em julho, o líder parlamentar da UNITA anunciou a entrega de 50 por cento do subsídio de instalação dos deputados aos mais vulneráveis de todas as províncias.
Em resposta a dúvidas levantadas sobre a transparência do processo, Liberty Chiyaka afirmou que "vamos tornar públicos todos os atos que vamos realizar, vamos apresentar relatórios, é um movimento público, não temos nada a esconder".
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