Enquanto o Orçamento Geral do Estado(OGE) não for generoso para o sector agrícola, a fome e a pobreza vão aumentando a cada dia que passa em Angola, considera o secretário-geral do maior partido na oposição Vitorino Nhany.
O também deputado pelo grupo parlamentar da Unita que falava numa palestra no Huambo para estudantes da Faculdade de Ciências Agrárias defendeu que se aumente a dotação do OGE, para o sector agrícola, para que a produção nacional substitua a importação de bens supérfluos: "No OGE deste ano o bolo atribuído ao sector agrícola é de 0,66 por cento, já o do ano passado era exíguo de 1,01 por cento, este ano reduziu ainda mais, isto significa que não há políticas viradas a produção interna, para se evitar importações desnecessárias"
Nhany diz haver actualmente uma fuga de quadros do sector agrícola para outras áreas.
Para o Secretário-geral da Unita, contrariamente ao que o Executivo propala na comunicação social, não há planos verdadeiros para se acabar com a fome e a pobreza.
“Verificamos nas aldeias e nas vilas pobreza extrema que não se justificam pelo que achamos que se devia mudar de atitude no sentido de olharmos mais para o angolano, em primeiro lugar, ao invés do estrangeiro porque este tem a sua terra", disse aquele dirigente, para quem o responsável por esta situação é o poder Executivo.
Para além do aumento do bolo do OGE para o sector agrário, Vitorino Nhany apresentou outras propostas que em seu entender ajudariam a resolver o problema: "Era necessário evoluirmos para a subvenção de alguns factores de produção, como os fertilizantes por exemplo, na compra de combustíveis, aquele que vai trabalhar no campo devia comprar o litro de combustível a um preço módico porque ele vai contribuir para a segurança alimentar"
A VOA tentou ouvir o Ministério da Agricultura e o grupo parlamentar do MPLA mas sem sucesso.