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Uma esperança chamada dexametasona e o novo surto em Pequim


Uma ampola de Dexametasona
Uma ampola de Dexametasona

Até agora, não havia tratamento ou vacina eficaz para o coronavírus, que causou quase 440 mil mortes desde que apareceu pela primeira vez na China, em dezembro.

A Grã-Bretanha começará a dar a pacientes gravemente enfermos com coronavírus um tratamento básico com esteróides, aclamado como uma solução para ajudar a reduzir a mortalidade de doentes de COVID-19, ligados a ventiladores, isto quando novos surtos preocupantes surgem na China e noutros lugares.

Um conjunto de casos "extremamente severos" em Pequim colocou em dúvida os esforços para controlar o vírus, apesar das notícias da Grã-Bretanha terem aumentado esperanças após meses de estatísticas sombrias.

Pesquisadores liderados por uma equipa da Universidade de Oxford administraram o corticoide dexametasona, amplamente disponível, a mais de 2 mil pacientes gravemente doentes com COVID-19.

Entre aqueles que só conseguiam respirar com a ajuda de um ventilador, a dexametasona reduziu a mortalidade em 35%. "A dexametasona é a primeira droga a a mostrar uma melhoria na sobrevivência ao COVID-19. O medicamento é atualmente usado no tratamento de artrite reumatóide e asma.

Esse é um resultado extremamente bem-vindo", disse Peter Horby, professor de Doenças Infecciosas Emergentes no Departamento de Medicina de Nuffield, Universidade de Oxford.

"A dexametasona é barato e pode ser usado imediatamente para salvar vidas em todo o mundo" disse Horby.

O secretário de Saúde da Grã-Bretanha, Matt Hancock, disse que os pacientes começarão a receber o medicamento imediatamente. "São ótimas notícias e dou os parabéns ao governo do Reino Unido, à Universidade de Oxford e os muitos hospitais e pacientes no Reino Unido que contribuíram para esse avanço científico que salvou vidas", disse o chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

O surto de Pequim

Mais de oito milhões de pessoas já foram infectadas pelo vírus em todo o mundo desde que surgiu na China, no final do ano passado, causando a morte de quase 437 mil pessoas até o momento. Isto enquanto os números continuam a aumentar na América Latina e no sul da Ásia.

Na Europa, o número de casos e as taxas de mortalidade caíram drasticamente. Os países europeus estão ansiosos para abandonar as restrições ao coronavírus para salvar a iminente temporada turística de verão, mas a Espanha alertou que pode colocar em quarentena os visitantes britânicos caso o Reino Unido persista com o seu plano de colocar em quarentena todas as chegadas ao exterior.

O último lembrete da ameaça subjacente veio da China, que já tinha controlado o surto em grande parte, ao registar 27 infecções em Pequim, onde um novo foco ligado ao maior mercado abastecedor alimentos da Asia, que levou as autoridades a testar a população de Pequim e a bloquear as vizinhanças.

"A situação epidémica na capital é extremamente grave", afirmou o porta-voz da cidade de Pequim, Xu Hejian, quando o número de infecções confirmadas subia a 106.

As autoridades de Pequim pediram aos moradores para não deixarem a cidade e fecharam de novo as escolas , enquanto as autoridades lutam para conter o surto.

O desafio nas Américas

Embora os novos casos da China tenham causado preocupação com o ressurgimento do vírus, a doença também está a ganhar força em outras regiões com grandes populações.

As infecções conhecidas na Índia ultrapassaram 330 mil e as autoridades já estão a preparar-se para a estação das monções, que causa surtos de outras doenças como dengue e malária todos os anos.

Na América Latina, os países lutam para conter a doença enquanto tentam amenizar o golpe económico esmagador causado por bloqueios generalizados e medidas de distanciamento social.

O Peru informou que sua economia diminuiu mais de 40% em abril, enquanto o Chile prolongou o seu estado de emergência por três meses. O Equador, que tem o quarto maior número oficial de mortes por vírus na região depois do Brasil, México e Peru, prolongou o estado de emergência por mais 60 dias. Os Estados Unidos também concordaram em manter suas fronteiras com o México e o Canadá fechadas até 21 de julho, prolongando as restrições de viagem pela terceira vez por causa da pandemia.

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