O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que as ações da China em Hong Kong são "violações evidentes das suas obrigações do tratado" em comentários em que criticou fortemente Pequim em uma série de questões, incluindo as suas práticas comerciais, o tratamento da pandemia de coronavírus e as negociações com a Organização Mundial de Saúde.
Falando na Casa Branca, Trump disse que Hong Kong não é mais suficientemente autónomo para merecer tratamento especial dos Estados Unidos e disse que a sua admnistração niciará um processo para eliminar isenções de políticas que dão tratamento preferencial à cidade.
Esta semana, o Congresso Nacional do Povo da China aprovou a imposição de uma lei de segurança nacional em Hong Kong, apesar dos compromissos anteriores de Pequim em manter "dois sistemas" - um para o continente e outro para Hong Kong.
Sobre a questão da pandemia mortal de coronavírus, Trump chamou as ações da China de "má conduta", dizendo que as autoridades chinesas ignoraram as suas obrigações de comunicar o vírus à Organização Mundial da Saúde e pressionaram a organização a enganar o mundo.
Trump disse que os Estados Unidos estão a "encerrar" o seu relacionamento com a OMS, acrescentando que a China tem "controle total" sobre a organização.
Ele observou que os Estados Unidos contribuem com cerca de 450 milhōes de dólares para o organismo mundial, enquanto a China fornece contribui com 40 milhões.
“O mundo precisa de respostas da China sobre o vírus. Precisamos de transparência ”, disse o presidente dos EUA aos repórteres.
Será a China inimiga dos Estados Unidos?
Trump também disse que suspenderia a entrada no país a certos cidadãos chineses considerados riscos à segurança, e criticou a China pelas suas políticas comerciais.
"Durante décadas roubaram os Estados Unidos", disse o presidente, acrescentando que instruiu um grupo de trabalho a estudar práticas diferentes de empresas chinesas listadas no mercado de valor americano.
"O presidente Trump declarou hoje inequivocamente que a China é inimiga dos Estados Unidos - um inimigo a que ele planeia opor–se não apenas com palavras duras, mas ações claramente difíceis", disse Harry Kazianis, diretor sénior do Centro para o Interesse Nacional .
"Um confronto perigoso de superpotências está a formar-se e pode definir a direção da política externa dos EUA para a próxima década ou mais", acrescentou.
Há uma semana, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha levantaram a questão de Hong Kong no Conselho de Segurança da ONU, observando que a questão merece ser discutida a nível internacional.
"Os Estados Unidos estão decididos e pedem a todos os membros da ONU que se juntem a nós exigindo que a República Popular da China reverta imediatamente o curso e honre os seus compromissos legais internacionais com esta instituição e com o povo de Hong Kong", disse a embaixadora dos EUA na ONU, Kelly Craft em uma declaração após uma sessão informal de portas fechadas.
Os EUA e a Grã-Bretanha tentaram discutir a situação em Hong Kong, mas a China bloqueou a reunião, e quando o conselho suspendeu as reuniōes físicas devido à pandemia realizou-se uma sessão virtual
A Missão da ONU na China procurou subestimar a reunião em uma série de tweets, dizendo que a questão de Hong Kong é “amplamente reconhecida” como nada tendo a ver com o mandato do Conselho de Segurança e que “continuaria a opor-se a qualquer forma de interferência em assuntos internos da China.