O Tribunal Judicial da Cidade do Maputo libertou nesta terça-feira, 31, os 17 jovens detidos na passada sexta-feira, em conexão com a manifestação promovida pela Renamo, em protesto contra os resultados eleitorais.
Eles foram acusados pelos crimes de motim e associação criminosa.
Ao fim de quatro dias de reclusão, o grupo foi solto depois da juíza ter concluído em sentença dque não encontrou matéria para a sua detenção.
“Foi uma vitória da justiça. A juíza mostrou, de uma forma metódica, que efetivamente não existia nenhum tipo legal de crime sobre estes jovens e, nesta perspetiva, nós como mandatários da defesa estamos felizes porque a justiça se fez, por absolver estes jovens”, afirmou Vítor Fonseca, advogado do grupo.
Eles dizem ter passado maus momentos durante a sua detenção.
“Foram os piores dias da minha vida. Fui privado de poder cuidar da minha família, da faculdade e tudo o que mais prezo, por causa de manobras da polícia”, disse um dos detidos.
Venâncio Mondlane, candidato da Renamo pela cidade de Maputo, líder das manifestações que levaram à detenção do grupo, anuncia um processo contra o Estado.
“Estamos a ver com os advogados da Renamo para que, em nome destes jovens, possamos pedir indemnização ao Estado, por danos graves causados por conta de um auto invâlido”, afirmou Mondlane.
Para além dos 17 jovens soltos, outros detidos que ascendem a uma centena aguardam também por julgamento, acusados por crimes que incluem obstrução da via pública, porte de bombas caseiras e vandalização de bens públicos e privados.
Recorde-se que eles foram detidos na sexta-feira, 27, quando a polícia reprimiu com gás lacrimogéneo manifestantes que queriam participar no protesto da Renamo contra o que considera de "fraudes" nas eleições.
Na ocasião, a Polícia justificou a sua ação como sendo necessária para preservar a "ordem e tranquilidade públicas".
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