Um tribunal da Guiné-Conacri condenou nesta quarta-feira, 31, o antigo líder da Junta Militar Moussa Dadis Camara a 20 anos de prisão por crimes contra a humanidade, após um julgamento histórico sobre um massacre de 2009 num comício político.
Trajado com um tradicional "boubou" verde e amarelo, permaneceu imóvel enquanto o veredicto era lido pelo tribunal da capital, Conacri.
As forças de segurança foram mobilizadas em massa para a audiência, num caso aguardado com grande expetativa pelas famílias das vítimas durante quase 15 anos
As acusações, tais como assassínios, violações, tortura e raptos, foram reclassificadas como crimes contra a humanidade, segundo o tribunal.
O tribunal condenou sete comandantes militares, mas inocentou quatro.
O massacre
Camara, 60 anos, era o líder da Guiné-Concri quando mais de 150 pessoas foram mortas durante uma manifestação pró-democracia a 28 de setembro de 2009.
Tal como os outros acusados, ele negou as acusações e declarou-se inocente, mas foi condenado a 20 anos de prisão pelo juiz.
Dezenas de milhares de pessoas reuniram-se num estádio em Conacri para o pressionar a não se candidatar às eleições presidenciais do ano seguinte.
Muitos foram baleados, esfaqueados, espancados ou esmagados quando debandaram para fugir às forças de segurança que dispararam gás lacrimogéneo e atacaram o estádio.
Um número desconhecido de mulheres foi também violado, de acordo com grupos de defesa dos direitos humanos e sobreviventes.
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