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Trabalhadores do Caminho-de-Ferro de Benguela começam greve de seis dias na quinta-feira


Caminhos de Ferro de Benguela, Angola
Caminhos de Ferro de Benguela, Angola

Sem diálogo com o governador, que tinha prometido resolver os problemas, ministro dos trransportes vai negociar com sindidato que exige aumento salarial e cesta básica mensal

Os trabalhadores do Caminho-de-ferro de Benguela (CFB), em Angola, dão início, amanhã, 1 de Julho, a uma greve adiada há quase dois meses depois do governador provincial ter pedido um tempo para tentar encontrar uma solução.

Trabalhadores do CFB vão entrar em greve - 1:37
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Os mais de 1300 ferroviários, divididos pelas províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico, exigem um aumento salarial de 50 por cento, sendo 25 por cento neste ano e os restantes em 2022, e uma cesta básica mensal.

No passado dia 5 de Maio, após a declaração de greve, a Comissão Sindical saudou o empenho do governador de Benguela Luís Nunes em tentar encontrar uma solução, embora, na altura, analistas tenham defendido que o assunto é da competência do Governo central.

Agora, o líder sindical, Leonardo Saculembe, diz que várias tentativas de diálogo com o governante, por via de ofícios e deslocações ao Governo Provincial, acabaram por fracassar.

"O senhor governador prometeu resolver o assunto e, mais, disse que, caso contrário, até dia 5 de Junho os trabalhadores podiam fazer greve. Estamos abandonados, a passar mal, só se lembram de nós quando queremos fazer greve", salienta o sindicalista.

A Comissão Sindical, que reivindica aumentos salariais de 25 por cento este ano e a mesma cifra no próximo ano, lamenta que esteja às escuras em relação às receitas provenientes do transporte de pessoas e mercadorias, complementares à fatia do tesouro nacional.

"Um Conselho de Administração de verdade já teria resolvido o assunto, não precisávamos de muitas intervenções para resolver dois assuntos (salários e cesta básica) simples. Nunca nos dizem quanto é que facturamos, a direcção pede para irmos ao site", critica Suculembe.

Em conferência de imprensa, o administrador técnico do CFB, Etson Lopes, disse que as limitações impostas pela COVID-19 e o adverso quadro económico inviabilizam planos, mas lembrou mexidas nos salários num passado recente.

“Quanto à cesta básica ... não é um direito adquirido, é bom quando uma empresa pratica. Aqui, é de dois em dois meses, não podemos dar todos os meses. Portanto, devemos trabalhar juntos para se ultrapassar todos os problemas", salienta o administrador.

A VOA sabe que o ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, está a caminho de Benguela para tratar de uma paralisação em fase de concurso público internacional para a exploração de algumas áreas do CFB.

Um comboio entre Benguela e Lobito e outro entre as províncias do Bié e o Huambo são os serviços mínimos em período de greve.

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