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The Economist "contraria" projecção do Governo de Moçambique


Ministro da Economia e Finanças de Moçambique, Adriano Maleiane
Ministro da Economia e Finanças de Moçambique, Adriano Maleiane

Especialistas apontam crescimento de 3,8 por cento e não de 4,5 por cento.

O crescimento da economia moçambicana em 4,5 por cento em 2016 projecto pelo Governo moçambicano é "demasiado optimista”, na óptica dos especialistas do Economist Intelligence Unit (EIU).

Em nova enviada aos investidores, os analistas daquela unidade da revista britânica The Economist apontam para uma expansão económica de 3,8 por cento, contrariando a projecção do ministro da Economia e Finanças que teve por base o Orçamento de Estado entregue hoje ao Palramento moçambicano.

O abrandamento económico explica-se "em parte" por fatores externos, como os preços baixos do carvão, alumínio e titânio, as principais matérias-primas que Moçambique exporta, mas os analistas da Economist apontam também factores internos, como "a má gestão económica pelo Governo" e as dívidas escondidas, que originaram uma suspensão da ajuda externa.

Os especialistas da EIU recomendam mais austeridade, “o que será um entrave ao crescimento", além de provocar "menos empregos e níveis de pobreza mais altos”, acrescidos de um “um risco de instabilidade social aumentado".

A propósito, o economista e antigo ministro das Finanças, Abdul Magid Osmane, defendeu que o país deve adoptar mais medidas, para além da austeridade, para ultrapassar a actual crise, caracterizada pela recessão da economia, desvalorização da moeda nacional e altas taxas de inflação.

"É neste contexto que o acordo com o FMI é fundamental, pois só assim será possível restabelecer a estabilidade macro-económica e a confiança dos investidores", defendeu Osmane, que recomendou reformas profundas, como a desvalorização da moeda, de modo a estabilizar a economia do país em meados de 2017.

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