Os serviços públicos e privados de São Tomé e Príncipe estão, há mais de três semanas, com graves problemas de energia eléctrica, por falta de manutenção dos grupos geradores.
A distribuição está a menos de 70 por cento, e a entidade responsável já avisou que o retorno à à normalidade pode durar meses.
A população vive noites escuras, à luz de velas.
“Os produtos frescos e congelados estão a se estragar e ninguém vai assumir os prejuízos”, lamentou uma comerciante, salientando que a procura também diminuiu, porque a população não tem como conservar os produtos em casa, por falta de energia elétrica.
Osvaldo Quaresma, dono de uma empresa de vulcanização, não consegue dar resposta às solicitações dos clientes.
“Estamos a perder dinheiro. Os clientes deixam os pneus e quando regressam não encontram o trabalho feito, devido à falta de energia. Está muito complicado”, disse o empresário, que considera o recurso à geradores pouco sustentável.
O director da Empresa são-tomense de Água e Eletricidade, Dinaménio Luís, Justifica a crise energética com a pandemia da Covid-19.
“Muitas empresas no estrangeiro, onde a EMAE faz encomenda de peças sobressalentes para a manutenção dos geradores continuam fechadas. As máquinas começaram a ter avaria e tivemos que parar”, disse Luís.
A empresa São-tomense da água e eletricidade avisa que esta nova crise de energia elétrica não tem fim à vista. “Não posso dizer se será daqui há um ou dois meses. É arriscado”, disse Luís.