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Syrah suspende transportes para a sua mina em Cabo Delgado após segundo ataque em Ancuabe


 mina de Balama
mina de Balama

Outra empresa, Triton, suspende transacções na bolsa australiana

A companhia australiana que opera a mina de grafite em Balama, na província moçambicana de Cabo Delgado suspendeu todas as deslocações de e para as suas operações na zona depois de um segundo ataque de insurgentes em Ancuabe.

As acções da companhia Syrah caíram de imediato 15%.

Outra companhia australiana com um projecto de mineração de grafite em Ancuabe, a Triton, também suspendeu as suas transacções na bolsa como resultado dos ataques.

As acções das duas companhias estavam em queda há alguns meses devido ao facto das actividades rebeldes na província não estarem a ser controladas como se previa.

Num comunicado emitido nesta quarta-feira, 9, a Syrah fez notar que o segundo ataque de rebeldes na região de Ancuabe deu-se a cerca de 200 quilómetros do projecto de Balama, mas ocorreu a apenas 30/40 quilómetros da Estrada Nacional Número 1, que é a principal rota de transporte entre Balama, Nacala e Pemba.

Devido a isso a companhia australiana suspendeu todos os transportes de e para a mina.

“A maior prioridade da Syrah é a saúde e segurança dos seus empregados e trabalhadores em contrato”, disse um comunicado da companhia ao justificar a suspensão dos transportes.

A nota acrescentou que a Syrah “ mantém-se em contacto próximo com o Governo, as autoridades de segurança e outras partes envolvidas para monitor a situação e avaliar o recomeço em segurança das operações de transporte”.

“A Syrah vai continuar a informar a bolsa sobre a situação de segurança e quaisquer impactos nas operações de Balama”, concluiu o comunicado.

Antes, num relatório anual sobre as suas operações, a Syrah tinha afirmado possuir “medidas e protocolos de segurança significativos” em Balama, sem contudo dar outros pormenores, e acrescentou que “essas medidas de segurança não garantem que riscos (de segurança) não irão recorrer”.

Por seu lado, a Triton, que está a desenvolver um projecto de grafite em Ancuabe, não emitiu qualquer comunicado para além de suspender as transacções na bolsa australiana.

Outra companhia , a Battery Minerals, que também opera em Cabo Delgado, disse não estar afectada pelas mais recentes acções dos rebeldes.

O Departamento de Energia dos EUA anunciou recentemente que ia emprestar 107 milhões de dólares à mineradora de grafite Syrah Resources para expandir uma fábrica de peças para baterias de veículos elétricos no Estado de Louisiana.

A Syrah disse que espera que o empréstimo seja concluído em Junho e que os fundos sejam alocados em Setembro.

Trata-se do primeiro empréstimo em mais de 10 anos de um programa de financiamento especial daquele ministério americano.

Syrah tem planos de usar o empréstimo para ajudar a financiar a expansão de uma fábrica na Louisiana, que processará grafite extraído de Moçambique em ânodos, o eletrodo carregado positivamente de uma bateria.

Espera-se que a instalação produza ânodos suficientes para construir 2,3 milhões de carros eléctricos até 2040.

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