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Suicídio de jornalista angolano é sintoma do mau estar da classe


Opinião é do secretário geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, Teixeira Cândido em referência a Elias Xavier Fernandes.

O suicídio do jornalista angolano Elias Xavier Fernandes, no passado domingo, é entendido em alguns sectores como o reflexo das péssimas condições de trabalho a que estão votados muitos profissionais de comunicação Social.

A opinião é de Teixeira Cândido, secretário geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos.

Fernandes, que foi despedido recentemente da Rádio Despertar Comercial, decidiu pôr fim à própria vida, sem deixar qualquer mensagem sobre as razões do suicídio.

Elias Xavier Fernandes, contava 34 anos de idade, quando decidiu pôr fim a própria vida, com uma corda, na casa onde vivia com esposa e um filho de 3 anos de idade.

Fernandes trabalhou durante alguns anos na Rádio Despertar Comercial, onde chegou a editor dos noticiários.

Despedido da estação emissora há mais de uma ano, o jornalista nunca mais foi o mesmo e de lá para cá foi manifestando comportamentos estranhos, segundo a esposa São.

''O que eu notei é que há muito tempo ele só ficava num canto quase que não falava estava muito desmotivado, ele já não trabalhava e não sei se terá sido isso que o levou ao suicídio'', lamenta a esposa.

António Festos, seu colega durante muitos anos na Rádio Despertar Comercial, diz que o colega e amigo transformou-se numa outra pessoa.

“Ele não era a mesma pessoa, ficou abalado e obviamente isso criou um impacto negativo na vida do próprio Elias, levando-o inclusive a se isolar completamente das pessoas amigas'', conta Festos.

Para o secretário geral do Sindicato de Jornalistas Angolanos, Teixeira Cândido, o desaparecimento trágico de Elias pode ser uma mostra daquilo que tem sido a condição precária em que encontram muitos profissionais de comunicação social.

''Jornais inteiros a encerrarem, jornalistas a irem para o desemprego, despedimentos de muitos jornalistas nas rádios, a rádio Eclésia despediu jornalistas, muitos outros colegas como o próprio Elias foi despedido, então o Elias pode ter sido vítima dessa frustração em que muitos de nós vive, somos mal remunerados, há jornalistas a ganharem 40 mil cuanzas e não podem reivindicar por não terem garantia de outro emprego”, concluiu Cândido.

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