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Angola: Subida de preços impacta construção e crédito para habitação


Angola habitação casa do grupo Tamar (Foto do grupo Tamar)
Angola habitação casa do grupo Tamar (Foto do grupo Tamar)

O grande aumento dos preços em Angola está agora a ter um efeito negativo na habitação, com muitos cidadãos a terem que suspender os seus sonhos de casa e os empreiteiros a avisarem que preços de construção anteriormente calculados têm agora que ser revistos.

Habitação afetada por subida de preços - 2:44
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Isto está também a ter um efeito negativo nos empréstimos bancários à construção.

Desde o preço do saco de cimento, passando pelo varão, inertes como areia ou pedra até o material elétrico ou de canalização de água tudo ficou mais difícil erguer uma casa num mercado ainda frágil quando se fala da venda de imóveis.

Numa altura em que o Governo tem em execução obras no âmbito de diferentes programas como o Plano Integrado de Intervenção nos Municípios, (PIIM), o projetista e especialista em obras públicas, Jeremias Echimba, entende que a alta do custo do material de construção civil, é um duro revés para as grandes obras públicas com impacto no orçamento e incumprimento na entrega.

“Se aquela empreitada custava por exemplo cem milhões kwanzas por exemplo depois da subida dos preços já não vai custar este valor, porque se o empreiteiro comprava um varão a 8 ou 9 mil kwanzas já vai passar a comprar a 12 ou 13 mil kwanzas e isso vai acontecer com os demais materiais e haverá necessidade de reequilibrar e essa situação pode sim de certa maneira influenciar os prazos de entrega da empreitada”, explica.

A atual crise económica se dá pouco mais de um ano depois de o Governo angolano ter anunciado um crédito à habitação que pode chegar aos 100 milhões de kwanzas.

O bancário Paulo Teles diz que a constituição de garantias tem sido um dos desafios que se colocam na sua implementação.

“Enquanto estes desafios não estiverem totalmente ultrapassados não é possível os bancos darem muito mais créditos porque não conseguem fazer hipotecas sobre imóveis que não estão registados. Todos os bancos no mercado querem dar o crédito à habitação é um produto muito importante para todos os bancos, não é possível neste momento dar muito crédito à habitação devido às limitações das garantias”, afirma.

Maria Dumbo vende material de construção civil numa das lojas locais e reconhece um momento difícil do mercado.

“Há reclamações na subida de preço, mas continuam a aderir ao material. Não devem desistir porque um dia há-de melhorar”, acredita.

A nivel individual muitos cidadãos revêm ou mudnam os seus planos de construção de casa.

A senhora Helena Cavanga é funcionária pública e há quatro anos que tenta acabar a sua obra na periferia do Lubango, mas com o actual cenário vê o sonho mais distante e pede às autoridades a inverter o quadro.

“ O material de construção está super caro", lamenta e pede às "estruturas governamentais para resolverem o problema do povo porque assim não aguentamos”.

O mesmo pensamento é partilhado por Claudino Tomás que pede equilíbrio nos preços porque de contrário a vida fica mais difícil.

“Os preços estão um bocadinho exorbitantes e dificultam muito na construção daquilo que são as nossas infra-estruturas que actualmente estão paradas tem que haver uma baixa de preços”, conclu Tomás.

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