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STP: Aborto clandestino é problema de saúde pública


Banco de Urgência do Hospital Ayres de Menezes, São Tomé e Príncipe
Banco de Urgência do Hospital Ayres de Menezes, São Tomé e Príncipe

Apesar do aborto ser legal no país, muitas mulheres e jovens raparigas têm recorrido a métodos perigosos e fora da lei para interromper a gravidez.

Organizações não governamentais são-tomenses de proteção da família alertam para os problemas de saúde em mulheres derivados da prática do aborto clandestino.

Apesar do aborto ser legal no país, muitas mulheres e jovens raparigas têm recorrido a métodos perigosos e fora da lei para interromper a gravidez.

STP: Aborto clandestino é problema de saúde pública
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A SOS Mulher afirma que no primeiro semestre de 2023 centenas de jovens raparigas recorreram a métodos perigosos para interromper a gravidez, fugindo os serviços de saúde apropriados para o efeito.

“Elas compram medicamentos que vendem ilegalmente nas ruas e usam aqueles fármacos para provocar o aborto”, conta Jéssica Neves, da SOS Mulher.

Ela acrescenta que "o relato que temos é que a maioria delas depois passam muito mal com hemorragias e vão parrar as urgências”.

A organização tenta aconselhar as jovens raparigas a seguirem um método contraceptivo e abandonarem o aborto clandestino devido as consequências para a sua saúde da mulher.

“Mesmo assim elas não aceitam conversar, não seguem os nossos conselhos e depois ficam grávidas e a solução é voltar a provocar novo aborto”, lamenta aquela ativista social.

O médico António Amado Vaz, diretor executivo da Associação para a Promoção da Família, diz, por seu lado, que o país está perante um problema de saúde pública que tem trazido muitas complicações às mulheres.

“Desde sangramento permanente, infertilidade e até casos de morte”, afirmou o médico que dedica-se à promoção familiar e à saúde materna há mais de duas décadas através daquela associação.

Amado Vaz apela as autoridades a uma maior apostar na sensibilização e melhor preparação dos agentes de saúde em relação ao tema do aborto.

“Para que aquela mulher que chega a um posto de saúde seja lhe dado o melhor atendimento e aconselhamento”, disse, lamentando a falta de fiscalização da lei que estabelece um período de até seis semanas para a interrupção da gravidez.

Amado Vaz alerta também para casos de realização do aborto em locais não apropriados.

“Muitas vezes são os próprios técnicos do sistema nacional de saúde que não têm o conhecimento da lei”, conclui.

A lei que legaliza o aborto em São Tomé e Príncipe foi aprovada há cerca de cinco anos, mas centenas de mulheres e jovens raparigas continuam a recorrer a práticas perigosas para interromper a gravidez.

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